Ideia é um antigo para não pagar IPVA? Tiro pode sair pela culatra!
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Boris Feldman é mineiro, formado em Engenharia e Comunicação. Foi engenheiro da fábrica de peças para motores Metal Leve e editor de diversos cadernos de automóveis. Escreve a coluna sobre o setor automotivo no O POVO e em diversos outros jornais pelo país. Também possui quadro sobre veículos na rádio O POVO/CBN
Ideia é um antigo para não pagar IPVA? Tiro pode sair pela culatra!
Dizem que todo carro antigo pinga óleo do motor. E, se parou, pior ainda: é porque já caiu todo e secou o cárter...
Foto: Marcelo Camargo/Ag Brasil
O que se atentar para o IPVA
Quando o assunto é automóvel, tem muita dica furada. Uma recente é de trocar o carro por um antigo, para deixar de pagar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). E acreditar numa eventual valorização.
Mas atenção, pois o imposto é estadual e os prazos variam, de dez até 30 anos de fabricação. Pode estar certo de que não vale a pena a isenção, pois o custo da manutenção será muito superior. Principalmente se o carro for colocado para rodar no dia a dia: a chance de ele quebrar é muito maior. E pelo custo das peças. E também da mão de obra que vai ficando cada vez mais especializada e difícil de se encontrar.
Quanto à possível valorização, ela é bem possível. Mas, nem sempre é uma certeza... Importante saber que os mais velhinhos exigem especial cuidado na manutenção. Veja uma dúzia de regrinhas básicas:
Se vai ficar parado umas semanas, está enganado quem acha que basta ligar o motor uma vez por semana durante uns cinco minutos. Pois haverá contaminação do óleo do cárter pelo combustível. Melhor não fazer nada. O certo é sair e dar, no mínimo, uma volta de uns 10 minutos uma vez por mês.
Não deixe o freio de estacionamento acionado. Lonas pressionadas contra os tambores correm risco de oxidação, “grudarem” e dificultar a movimentação do carro.
Não desligar a bateria pelos cabos, mas preferencialmente por uma chave geral. Extremamente recomendável nos “velhinhos” e deverá ser desligada quando o carro ficar parado durante algumas horas, ou dias. Além de proteger a bateria, evita-se também um princípio de incêndio que pode resultar da fiação antiga.
Extintor de incêndio à mão. Não o guarde no porta-malas ou em local de difícil acesso. O ideal é prendê-lo ao banco do motorista, rente ao chão.
Nunca espere atingir a quilometragem para trocar o óleo lubrificante. Como carro antigo roda pouco, o óleo e filtro devem ser substituídos a cada doze (ou 18) meses. Não importa quantos quilômetros rodou. E, se o motor ficou sem funcionar por alguns meses, troque o óleo antes de liga-lo.
O contato por período longo dos pneus com o piso pode deformá-los. Ficam “quadrados”. Uma solução é deixar o carro sobre cavaletes. Outra é inflar o pneu com uma pressão bem superior à recomendada, enquanto estiver estacionado. E sempre movimentar ligeiramente o carro, para mudar o ponto de contato do pneu.
Gasolina com etanol não faz bem aos carburadores. Na previsão de o carro ficar parado por períodos mais longos, desligue a alimentação de combustível e funcione o motor até esgotar toda a gasolina das cubas.
Preste especial atenção a todas as mangueiras: de combustível, fluido do freio, do sistema de refrigeração, etc. É grande sua tendência a ressecar, surgir fissuras e permitir indesejáveis (e perigosos) vazamentos. De olho também em componentes de borracha como limpadores e correias, que perdem flexibilidade com o tempo.
Em carro antigo, é muito comum que os pneus estejam “novinhos” e “borrachudos”, porém o DOT (data de fabricação gravada na banda lateral) revela estarem vencidos. Se foram fabricados até dez anos, dá para rodar. Caso contrário, lixo!
Muita atenção para os “drenos” no fundo da parte interna das portas e porta-malas. No caso de chuva ou de um lava-jato, eles evitam a presença de água quando entopem, pela sujeira e terra que se acumula. Basta passar um arame para desentupi-los e evitar a oxidação, ou ferrugem. Outra dica é rodar alguns km com o carro depois de ser lavado, para a água escoar pelos drenos.
Sempre esquentar o motor até atingir a temperatura de funcionamento, pois o antigo não tem os mesmos recursos que o novo. Para “pegar”, utilizar o afogador para enriquecer a mistura, mas não deixá-lo acionado por mais que alguns minutos.
É normal o motor que já rodou cerca de 100 mil km - ou mais - queimar um pouco do óleo lubrificante. Se não for exageradamente (aí a solução é a retífica), usar um óleo de maior viscosidade: existem no comércio óleos especiais para motores de “alta quilometragem”. Entre eles, o Lubrax (da Petrobrás) é o único que, além da maior viscosidade, tem um aditivo especial (seal swell) que dilata retentores e anéis de vedação para atenuar a passagem de óleo.
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