Boris Feldman é mineiro, formado em Engenharia e Comunicação. Foi engenheiro da fábrica de peças para motores Metal Leve e editor de diversos cadernos de automóveis. Escreve a coluna sobre o setor automotivo no O POVO e em diversos outros jornais pelo país. Também possui quadro sobre veículos na rádio O POVO/CBN
Eu detestava o automático. Até que surgiram as aletas no volante e as sete (ou mais) marchas...
Foto: GM/Divulgação
Imagem de apoio ilustrativo. A General Motors e o sistema de câmbio automático (Hydramatic)
Não era só eu: no passado, o brasileiro tinha birra do câmbio automático (AT), e com razão: era mais caro, manutenção mais difícil e maior consumo. Nos primórdios, só três ou quatro marchas, que bastavam para os enormes motores V-8 dos carrões norte-americanos.
Mas com a reviravolta da eletrônica na mecânica do automóvel, a caixa automática chega a ter dez marchas e se pode cambiá-las como no manual, só que por aletas no volante.
O brasileiro se curvou a este câmbio e já tem dois anos que suas vendas superam a dos manuais. Algumas fábricas estão até eliminando o carro com embreagem de seu portfólio.
Vantagens do automático
- O motorista percebeu que – principalmente no trânsito urbano – é muito mais confortável dirigir sem operar pedal de embreagem nem alavanca de mudanças e pode-se cambiar como no manual;
- Apesar de se preferir o manual nos esportivos, a troca de marchas é mais rápida no automático, principalmente no caso do AT de dupla embreagem;
- Se regra básica ao volante é sempre dirigir com as duas mãos, o automático “dá de 7x1” no manual;
- O gerenciamento eletrônico permite várias customizações, como optar entre econômico, normal ou esportivo. O Hill Holder, Start Stop, arrancada (“Launch Control”), etc;
- Alguns esportivos que jamais se imaginaria com o AT, já nem são oferecidos com o MT: MercedesAMG/Corvette/Ferrari entre eles. Apenas alguns raros só oferecem a opção do manual, Honda Civic Type R entre eles;
- O consumo de combustível do AT deixou de ser maior que o do MT e chega a ser inferior em alguns modelos, depois que se aumentou o número de marchas e porque nem sempre têm o conversor de torque;
- A manutenção deixou de ser um “Bicho de Sete Cabeças”: no passado, reparo num AT exigia peças importadas (raras e caras) e poucos mecânicos tinham capacidade técnica para lidar com eles;
- Em termos de segurança veicular, o câmbio AT permite focar na rua ou rodovia sem se preocupar com os comandos;
- Com o advento da eletrônica, o câmbio AT evita “barbeiragens” do MT como engrenar (reduzir) marcha inadequada (e “explodir” o motor com muitas rpm) ou até a tentativa de ré fora de propósito;
- O automático aumenta a eficiência do carro ao deixar sempre engatada a marcha mais adequada para cada situação;
Mas o automático tem desvantagens...
- Custo de manutenção (se quebra) mais caro;
- Exige troca de óleo, ao contrário do MT;
- Impossível pegar “no tranco”, e deve-se então manter um “Auxiliar de partida” no porta-malas;
- O “automatizado” (Tipo Power Shift) derrubou sua imagem *;
- Não dá a mesma sensação de se estar no comando como o MT.
* Estou no meu quarto automóvel (VW) com câmbio de dupla embreagem. Já rodei mais de 200 mil km com eles, sem nenhum problema. Mas o brasileiro ficou influenciado pelo “Power Shift” da Ford, (Fiesta e Focus no Brasil), que derrubou a imagem do DCT em todo o mundo. Por problemas de projeto/manufatura.
Entretanto, Volkswagen, BMW, Ferrari, Hyundai, Renault e outras marcas usam este câmbio – que considero o “estado da arte” – há alguns anos, sem nenhum problema de ordem operacional.
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