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Deputados articulam liberar pulverização de agrotóxicos por drones no Ceará
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Deputados articulam liberar pulverização de agrotóxicos por drones no Ceará

Medida é defendida inclusive pelo petista Julinho (PT); Fórum Nacional emitiu nota de repúdio contra a articulação
Registro de novos agrotóxicos segue em alta no Brasil, diz Mapa (Foto: )
Foto: Registro de novos agrotóxicos segue em alta no Brasil, diz Mapa

O Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos divulgou nota de repúdio contra articulação em curso na Assembleia Legislativa que quer alterar lei estadual, de autoria de Renato Roseno (Psol), que proíbe pulverização aérea de agrotóxicos no Estado.

A articulação foi revelada no início do mês no plenário da Alece pelo deputado estadual Felipe Mota (União), que participou de almoço com empresários do agronegócio junto com o colega Julinho (PT). Iniciativa quer liberar pulverização por meio de drones.

Segundo Mota, o uso do veneno por meio de drones traria benefícios para a economia do Ceará como um todo. “Nós precisamos mostrar para os produtores rurais, para o agronegócio, que nós procuramos melhorar a vida do cearense. Porque na hora que a gente gera uma economia para esse empresário, ele vai contratar mais”, diz.

Mesmo filiado ao PT, partido historicamente ligado à luta contra o uso extensivo de agrotóxicos no País, Julinho também defendeu o debate. "Hoje com o drone é muito mais seguro a aplicação dos defensivos agrícolas, inclusive com a altura usada, de apenas um metro acima da plantação, é diferente do avião, passando alto”, afirma.

“A gente tem que colocar essa discussão em pauta o mais breve possível, para que a gente possa nos tornar cada vez mais competitivos e produzir produtos, culturas, frutas, hortaliças, com mais qualidade e agilidade, exportando e produzindo”, diz Julinho, que destacou intenção de levar o caso ao presidente da Alece, Evandro Leitão (PT).

"Uso indiscriminado"

O Fórum Nacional, no entanto, destaca que o modelo não só é prejudicial para a saúde da população, como também já é proibido em diversos países. “O uso de agrotóxicos no Brasil, recordista em consumo por área de plantação, é uma questão de saúde pública, ambiental e de Direitos Humanos, como bem já se manifestou a Organização das Nações Unidas, em múltiplas publicações”, diz a nota.

“A pulverização aérea de agrotóxicos tem causado graves e frequentes infortúnios no País, inclusive com impactos à saúde de crianças e comunidades tradicionais, a exemplo da intoxicação de alunos entre 9 e 16 anos e trabalhadores, ocasionada por uma chuva de agrotóxico por pulverização aérea, em 3 de maio de 2013, na Escola Municipal Rural São José do Pontal, localizada no Assentamento Pontal do Buriti, em Rio Verde, Goiás”, continua.

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