Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL
Enquanto uma parcela da população consegue se adaptar ao novo normal das temperaturas elevadas, outra parcela sofre calada, sem alternativas viáveis para minimizar os impactos do calor extremo
Foto: Aurelio Alves
PARCELA mais pobre sofre calada, sem alternativas viáveis para minimizar os impactos do calor extremo.
Estamos sentindo, literalmente, na pele e no dia a dia, as altas temperaturas no Brasil, de Norte a Sul. Mas será que o calor é igual para toda a população? Uma pesquisa recentemente publicada pelo Instituto Locomotiva mostra que: enquanto 48% dos brasileiros aumentaram o uso do ar-condicionado no último ano, 56% dos mais pobres gostariam de fazer o mesmo, mas simplesmente não têm condições.
Para Renato Meireles, presidente do instituto, enquanto uma parcela da população consegue se adaptar ao novo normal das temperaturas elevadas, outra parcela sofre calada, sem alternativas viáveis para minimizar os impactos do calor extremo. E complementa que essa desigualdade está intrínseca no dia a dia, quando alunos que tiveram sensação térmica mais amena podem ter mais oportunidade do que os que não tiveram, ou mesmo na privação do sono com o calor noturno que implica em mais cansaço e menor produtividade laboral.
Ardência seletiva
Um estudo do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com base em dados do Sistema Único de Saúde, conduzido por pesquisadores da Fiocruz, Universidade de Brasília e Universidade de Lisboa, valida isso, quando mostra que em quase duas décadas, mais de 48 mil mortes no Brasil aconteceram em virtude do forte calor, associado a doenças crônicas.
A pesquisa revelou ainda que, entre 2000 e 2018, as taxas de mortalidade relacionadas às ondas de calor foram maiores entre pessoas do sexo feminino, idosas, negras, pardas ou com níveis educacionais mais baixos. Ou seja, o calor não é igual para todos. Djacinto Monteiro dos Santos, pesquisador da UFRJ e que liderou o estudo, explica que esses eventos climáticos extremos não são democráticos e eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursos de adaptação. "Situações socioeconômica precárias, que atingem as faixas mais pobres, levam a acesso também precário a condições de moradia, sistema de saúde e meios de prevenção".
Aporte social
Para esse ano, somente no Ceará, a ArcelorMittal Pecém anunciou, no Encontro de Lideranças ArcelorMittal 2025, o investimento de mais de R$ 2,7 milhões em ações sociais. Entre as iniciativas está o Edital ArcelorMittal Investe em apoio à ONGs, em que as organizações sociais selecionadas receberão, em duas categorias, aportes de até R$ 50 mil e de até R$ 80 mil. O foco são as entidades de São Gonçalo do Amarante, Caucaia, Paracuru e Fortaleza.
Outros projetos com foco em esporte, educação e cultura serão continuados em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) do Ceará, que ofertará oficinas de robótica na metodologia Steam, que integra Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.
Economia de impacto
Nos dias 19 e 20 de março, em São Paulo, acontecerá a quinta edição do Impacta Mais 2025, fórum de investimentos e negócios de impacto, que busca soluções para os grandes desafios socioambientais por meio de novos modelos de negócios. O evento, realizado pelo Impact Hub São Paulo, em coidealização com o Instituto Cidadania Empresarial (ICE), conta, ainda, com uma feira.
Na agenda do segundo dia, o painel Imaginando Novas Economias, que debate sobre a busca por novos modelos econômicos que sejam mais justos, inclusivos e sustentáveis é uma necessidade crescente em um mundo em transformação. Entre os palestrantes estão Ticiana Rolim, presidente da Somos Um; Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta; e Marcelo Fukayama, cofundador da Din4mo. Inscrições no site: impactamais.org.br.
Eficiência energética
O balanço dos projetos de Sustentabilidade e Eficiência Energética da Enel em 2024 foi positivo no Ceará. As ações de sustentabilidade geraram mais de R$ 5,9 milhões em renda por meio dos projetos de empreendedorismo e empregabilidade. Já a substituição de geladeiras aconteceu em 12 cidades, com a entrega de 1.200 novos refrigeradores. E a troca de lâmpadas por LED ocorreu em 184 cidades, em 30 mil unidades. Em outra frente, realizou ações socioeducativas com foco na economia de energia alcançando, no Estado, cerca de mil pessoas. E para o público infantojuvenil, a abordagem foi por meio do projeto Enel Compartilha Energia na Escola e, ainda, pela Nave Educacional Enel.
Neoindustrialização verde
Com foco no Nordeste, o Instituto Clima e Sociedade (ICS), com o apoio do Instituto Itaúsa, divulga o edital para selecionar projetos de estudos e pesquisas sobre transição energética e neoindustrialização verde. As propostas deverão ser apresentadas até às 16h, do dia 7 de março de 2025. O edital tem o valor de R$ 6 milhões a ser aportado em projetos cobrindo diferentes temas relacionados à superação de desafios da transição energética do Brasil e à atração de atividades produtivas de baixo carbono. Poderão submeter propostas organizações sem fins lucrativos; organizações da sociedade civil; instituições acadêmicas e de ensino superior; think tanks; consultorias privadas. Informações: https://ics.fluxx.io/apply/edital
Sustentabilidade esportiva
A sustentabilidade também está no esporte. Recentemente, o time do Real Bétis lançou um uniforme sustentável em parceria com a Hummel e a Parley for the Oceans. Ele é produzido com plásticos retirados do oceano, polpa de madeira e algas asiáticas. A ideia é conscientizar sobre o impacto ambiental na costa da Andaluzia, na Espanha. A estreia do uniforme aconteceu ontem, 16, durante a partida "Forever Green 2025" contra a Real Sociedad. A plataforma que une futebol e sustentabilidade para ampliar a conscientização sobre as mudanças climáticas e a preservação dos ecossistemas costeiros.
A cidade de Tarifa foi escolhida para lançar pois foi uma das áreas mais afetadas pela proliferação da alga invasora que chegou à Espanha, há dez anos, e se espalhou por diversas regiões mediterrâneas, incluindo Barcelona, Marselha, Palermo e o País Basco, acumulando aterros temporários de até 40 mil toneladas.
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