
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira. É autor dos livros
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira. É autor dos livros
- Ei, Mah!
- Diz, fulerage.
- Tu vai votar em quem, Mah?
- A campanha nem começou direito e tu já tá curioso com os votos dos amigos?
- É isso mesmo. Vai votar em quem? Responde, Mah.
- Ora, ora, seu bicho fulero, naquele que é melhor pra cidade. E tu?
- Naquele que é melhor pra cidade...
- Então vamos votar no mesmo?
- Claro que não, Mah. O teu deve ser aquele que tu votou da outra vez. Presta não.
- Presta não... Presta não... Tu sabe se ele não presta? Ele perdeu, não foi? Então tu não pode dizer que ele não presta, não tem como provar que não presta... Ora mais taí...
- Sei, sim. Presta não. Por isso não foi eleito. Ora mais taí...
- Então, tu vai votar ou em um dos dois que parecem com o meu, que tu vai dizer que não presta também, ou naquele que mal chegou já quer ser o cara. Prestam não. Nenhum presta.
- Acho que tu tá é certo, Mah. De verdade, nenhum presta. A gente vai votar porque é o jeito, a gente é obrigado de votar.
- Acho melhor é a gente tomar uma, né não? Quem sabe a gente não aclara as ideias?
- Vamos nessa que já tamo perdendo é tempo.
E tomaram uma. E depois outra. E mais outra. E já não contei mais, que eu também tinha coisa melhor para fazer. Mas mais tarde, vozes embargadas passaram por mim alegres e cantadeiras:
- Bora votar / Bora votar que é melhor / Bora votar / Votar naquele menos pior...
Era engraçada a cena protagonizada pelos dois amigos e eles, compositores de canção improvisada, foram acompanhados pela população que bebericava no bar. Muitos levantaram aos dois o dedo em sinal de positivo, outros balançaram a cabeça como que afirmando a cantiga entoada. Naquele momento, o mundo parecia em paz.
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