
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira. É autor dos livros
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira. É autor dos livros
A estratégia é simples: "Falem de mim, me tornem popular". A máxima, já antiga, diz "Falem de mim, bem ou mal. O que importa é que falem de mim".
Para muita gente interesseira, o caminho tem sido esse e na construção dele se diz o que se quer, não importando se o dito se constitui como verdade ou como mentira. O que vai importar mesmo é a falação em torno dessa muita gente. Como o tempo vivido agora é de altíssima velocidade, informações circulando rapidamente por meios de comunicação diversos, jogar mentiras nas sociedades tem sido algo rotineiro por espertalhões e de fácil e intrépido consumo por elas, considerando-se o fato de que muitas pessoas, mas muitas mesmo, aceitarão passivamente qualquer notícia veiculada, principalmente pelas redes sociais.
As “muitas pessoas” aludidas acima não se dão à tarefa de querer confirmar a veracidade das informações, até porque não está fácil saber em qual lugar se terá a confirmação da verdade sobre diversos temas: em jornais diários? Em revistas semanais? Nos noticiários televisivos? Nas transmissões radiofônicas? Nos programas de debate em canais de TV? Nas redes sociais digitais? Seja onde for o lugar onde se poderá encontrar a verdade sobre os fatos, sempre se dispende muito tempo e energia em trabalho investigativo, além de que a tarefa de inquirição exige paciência e capacidade de análise para o alcance da compreensão. É delicada a atividade de queimar as pestanas. Os ardilosos ganham com isso.
Nas mais diversas situações, nos mais diferentes lugares, essa estratégia tem sido posta em voga: falar mentiras no intuito de que ela seja entendida como “a verdade”. No ambiente da política, ela parece ser a força motriz, alimentando a vida de múltiplos políticos. Há mesmo aqueles que dispersam mentiras quase como ato associado à respiração, sem qualquer preocupação com o que se poderá dizer deles, contanto que sejam vitoriosos em seus pleitos. Quando ganham, milhares (às vezes milhões) perdem.
Se forem ignorados, temamos que eles já tenham seus eleitores garantidos. Se estes já existirem e se de fato estiverem comprometidos cegamente com o voto a políticos dessa estirpe, temamos o que esses “representantes do povo” possam fazer após assumirem os cargos para os quais foram eleitos. Temamos, porque diversos deles não têm a menor preocupação em realizar ações positivas e benéficas às populações que os elegeram; mas sabem dizer, em momentos adversos, muitas vezes sem esconder os laivos de cinismo, que seus mandatos são legítimos, que “o povo” os escolheu “para fazerem exatamente o que estão fazendo” – e o povo nunca sabe, de fato e com propriedade, o que seus eleitos fazem quando assumem os mandatos.
De vez em quando, reportagens jornalísticas “estouram” nas mídias dando conta de que fulano de tal, junto com beltrano e sicrano meteram a mão no bolso dos cidadãos, ao praticarem desvio de verbas, apropriando-se indevidamente de valores que deveriam ter destinação ao povo para a construção de moradias, hospitais, escolas, creches; para melhorias em ruas, avenidas e estradas; para ampliação dos sistemas de saneamento básico; para o aumento dos serviços de fornecimento de energia elétrica e de sinais de internet, por exemplo.
A criação de histórias mentirosas – por políticos ou não – que são divulgadas intensamente como verdades absolutas, corroboram atitudes estratégicas, visando à desinformação para a captação do aceite da sociedade para ações criminosas – sem que ela entenda os acontecimentos. Influenciadores digitais de diversos matizes ideológicos e de variados campos sociais também têm iludido seguidores, aproveitando-se do fato de estes acreditarem convictamente no que dizem aqueles.
Ao fim e ao cabo, nesse tempo de universos paralelos, mentiras estão graçando entre nós e, infelizmente, políticos e pessoas de influência social fazem uso delas para “se darem bem”, enquanto incautos são prejudicados profundamente. Em época de eleições, como agora, arregalar bem os olhos para tentar perceber quem está nos querendo enganar é imperativo. Cair na conversa fiada de enganadores pode nos custar caro demais.
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