Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira. É autor dos livros
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira. É autor dos livros
Empresto a esse meu texto o título de um livro – que aos poucos se desenvolve – para sinalizar a você, leitor, o caminho que vou percorrer aqui, apresentando minha reflexão sobre as recentes eleições municipais em Fortaleza.
Em meu olhar, a cidade viu serem superadas ideias retrógradas, fingidamente pautadas na defesa da boa moral e do bom costume e com inspiração sinistra em supostos princípios religiosos. Mentiras, desinformações, agressividades, violências de um candidato e seu "staff" foram suplantadas nas urnas.
Com pequena margem vantajosa, venceu a eleição para prefeito da terceira maior cidade do país (há quem a declare ser a quarta) o candidato construído sob a égide de declarados princípios humanitários, articulados com o respeito ao regime democrático, o que implica, de maneira inequívoca, ter olhar atento, como gestor, a todas as carências das populações existentes na cidade.
Seguindo esse caminho, a partir de janeiro, o mandatário municipal recém-eleito deverá "arregaçar as mangas" e "abrir bem os olhos" para questões profundas que têm impossibilitado um sistema municipal de saúde eficiente, tanto no que se refere às estruturas prediais e de equipamentos, quanto à observância do tratamento médico e humano que todo paciente deve ter quando necessitado de ir a hospital ou postos de saúde.
Deverá também se esmerar o político a conceder às populações acesso pleno à educação de qualidade em prédios bem equipados, com acessibilidade e materiais pertinentes aos estudos qualificados a que todos os estudantes têm direito constitucional, validando propostas pedagógicas humanizadas e formadoras para a cidadania.
Ademais, a tomada de decisões e desenvolvimento de projetos artístico-culturais precisará de uma boa dose de carinho, especialmente como aceno à valorização de todos os que trabalham no entorno à cultura e artes, no sentido de firmar, junto a eles, o entendimento de que o tempo de esquecimento, maus-tratos, desrespeito e deboche realmente terá chegado ao fim.
Além do exposto, caberá ao novo prefeito observar com muito cuidado e zelo tantas outras carências nos mais diversos aspectos que dizem respeito a uma urbe, tamanho o descaso de gestão anterior a questões como mobilidade urbana, saneamento básico, limpeza urbana nas regiões mais carentes, costumeiramente negligenciadas, em detrimento ao que é feito em lugares mais nobres.
Não será pouco o trabalho. No fim das contas, que saiba, o novo gestor, respeitar os mais de 50% dos votos declarados nas urnas. Que saiba, também, ser humano e atencioso, à semelhança do exposto na campanha; que saiba ouvir as pessoas que o procurem em seu gabinete; que instrua seus prepostos em secretarias a receberem de maneira digna todos que se dirijam a elas levando suas demandas; que dialogue com retidão e transparência com a sociedade, sabendo dizer claramente o que lhe compete e o que ficou como débito de seu antecessor.
Nós, como população, devemos ficar atentos aos feitos ou não feitos, para agradecidamente aplaudirmos boas realizações ou decidida e enfaticamente cobrarmos o que precise de cobrança. Que todos saibamos cumprir a parte que cabe a cada um.
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