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Mais do mesmo por outro ângulo
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Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira

Mais do mesmo por outro ângulo

E político declarante de ter sido eleito pelo "povo" deveria ver também as situações várias de necessidade das populações onde se encontram pessoas votantes nele
Tipo Crônica
Vista de uma sala de votação com urna eletrônica, às vésperas da eleição presidencial em Brasília, Brasil, em 1º de outubro de 2022 (Foto: SERGIO LIMA / AFP)
Foto: SERGIO LIMA / AFP Vista de uma sala de votação com urna eletrônica, às vésperas da eleição presidencial em Brasília, Brasil, em 1º de outubro de 2022

Parece que funciona assim: um empresário, ou um industrial, ou um político de carteirinha, ou qualquer outra pessoa de influência e interessado em benesses auferidas, para ele, pelo Estado máximo (talvez todos juntos, em associação) propõe apoio a um determinado candidato a cargo eletivo público e solicita, em troca, adesão aos desejos dele, alguns inconfessáveis – pelo menos é o que notícias nos meios de comunicação divulgam.

A rotina e o ciclo acontecem supostamente da seguinte maneira: o candidato eleito, após empossado, declara, sempre que possível, ter sido eleito pelo desejo do povo, povo esse transformado, pelo discurso, nas “bases” a quem o eleito “atende” (será mesmo?); porém, distanciando-se dos discursos, o que faz é em benefício próprio, do empresário, do industrial, do político apoiador, da pessoa de influência, desprezando a coletividade que deveria ser representada por ele. Pelo menos é isso o noticiado por meios de comunicação tradicionais e outros em ambientes digitais.

O “povo” é exatamente a “população” de um determinado lugar e ele, em sua maioria, tem como característica de vida no cotidiano carecer de quase tudo – habitação confortável; alimentação saudável, balanceada e frequente; educação humana, social e escolar; rede de postos de saúde bem servidos de médicos e equipamentos, além de organizados e geridos com eficiência; trabalho de onde possa obter segurança financeira para existir dignamente; lazer para descanso físico e emocional, com acesso a artes e cultura, entre outras coisas mais.

A carência é grande e não dá para fingir sua inexistência. Quem olha e vê sabe. E político declarante de ter sido eleito pelo “povo” deveria ver também as situações várias de necessidade das populações onde se encontram pessoas votantes nele. Mas é isso o que acontece? Algumas vezes, sim, porque há, de fato, políticos eleitos respeitadores dos votos recebidos e, portanto, defensores das causas populares vindas das “bases” eleitorais. No entanto, há outros que fazem questão de apagar da memória os sufrágios recebidos e os apoiadores, abraçando causas nada identificadas com os anseios destes.

A partir daí, chega-se à rotina e ao ciclo nada edificantes. A população permanece carente de tudo ou quase tudo, enquanto políticos, industriais, empresários, pessoas de influência, especuladores no mercado financeiro têm tudo o que desejam de material para viverem bem... soberbamente. Como? No caso de políticos, por meio de acertos espúrios com empresários, com industriais, com especuladores no mercado financeiro, com outros políticos, com pessoas de influência ao ponto de se modificar o fluxo de dinheiro que seria destinado para prover soluções às carências populacionais para outras finalidades, beneficiadoras, ao fim e ao cabo, da vida de tais políticos, de tais empresários, de tais industriais, de tais pessoas de influência – entre alguns outros. É o que noticiam os meios de comunicação.

Usando um jargão, fazem isso “na cara dura” e, bem recentemente, o trâmite parece estar relacionado ao uso indevido de emendas parlamentares, conforme amplamente noticiado. Utilizam-se das emendas, mas não se emendam.

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