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Arte para se festejar
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Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira

Arte para se festejar

Artistas entendem que a racionalidade humana não consegue explicar em plenitude a Arte, mesmo que ela seja esboçada por discurso filosófico
Tipo Crônica
Obras do artista plástico e ilustrador cearense Carlus Campos (Foto: Chico Araujo/ Divulgação)
Foto: Chico Araujo/ Divulgação Obras do artista plástico e ilustrador cearense Carlus Campos

Há uma história curiosa relacionada à capa do livro "Entre versos, sombras e assombros" desse Chico Araujo.

Alan Mendonça e eu debatíamos sobre os poemas, a disposição deles nas páginas, a composição dos versos em cada estrofe, a colocação de letras minúsculas ou maiúsculas, a quantidade de poemas, a quantidade de páginas, tudo o que estivesse relacionado à edição do meu segundo livro de poemas.

Pois bem, mensagem ia, mensagem vinha, analisávamos imagens contendo sugestões para a diagramação, prefácio, orelhas, comentários na quarta capa, enfim, tratávamos de tudo... menos da capa do livro. Porque, por mais estranho que possa parecer, nos concentrávamos tanto no miolo que não nos lembrávamos dela. Simplesmente ela não entrou no nosso rol de questões para debate.

Pois bem, em um instante de encantamento que somente artistas são capazes de vislumbrar, o editor Alan Mendonça, certamente transitando por um estágio de entretenimento poético profundamente subjetivo, teve seus olhos e sua atenção capturados pela arte de ninguém mais, ninguém menos que Carlus Campos. Artistas entendem que a racionalidade humana não consegue explicar em plenitude a Arte, mesmo que ela seja esboçada por discurso filosófico. A Arte (ou mesmo todas as artes) se inaugura a partir de um “estado de poesia”, conforme já cancionou e canta Chico César, sendo repercutido alegremente pelos “cúmplices” Edmar Gonçalves e Edinho Vilas Boas.

Pois bem, a pintura de Carlus Campos, exposta em seu atelier no espaço Kraft Arte – Atelier Coletivo, chamou Alan e lhe afirmou “eu sou a capa para o livro 'Entre versos, sombras e assombros', do Chico Araujo”. O impacto foi grande e tornou-se expectativa no espírito do editor apaixonado pelas artes. Sem demora, ele fez fotos e me enviou pelo WhatsApp, pedindo minha opinião. O encantamento foi imediato. Aquela pintura de Carlus Campos tinha expressividade intercomunicativa com os poemas do livro: o rosto contraído, o olhar indagativo e triste, as cores fortes, a boca cerrada como que falando para dentro compunham intertextualidade com versos escritos entre sombras e assombros.

A arte do artista plástico, cartunista e também fotógrafo Carlus Campos é de beleza a nos convidar o convívio com ela. Não à toa, além da capa no livro, três outras pinturas do artista abrem cada uma das três partes dele. Não à toa, a sala da nossa casa ostenta outros três quadros “Carleanos”, destacando, mais uma vez, as cores fortes e aspectos surrealistas presentes em seu trabalho.

Eis que sua arte é, sem equívoco, para se festejar. Festejamos. Festejem!!!

Foto do Chico Araujo

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