
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira
Claro que sei não haver no ambiente familiar uma única e exclusiva forma de educar os filhos e as filhas. Aliás, é possível se dizer que para cada família corresponde um modo de educar distinto dos demais, até mesmo porque as condições de existência que norteiam educação familiar são únicas, intransferíveis, devido às idiossincrasias de cada uma.
Os modelos educativos, múltiplos modelos, inclusive, que dão base teórica à educação brasileira existem e norteiam todas as atividades educativas no âmbito escolar, uma vez que a escola, em sentido amplo, é organizada com base em leis educacionais que visam à preparação dos estudantes para o convívio social. As normas que regulam a educação formal são fundamentais para que em todos os lugares do país todos os estudantes tenham as mesmas possibilidades e condições de aprendizagem.
O convívio social que se espera organize o cotidiano das pessoas exige delas posicionamentos compreensivos críticos acerca de sua própria existência, sempre considerando o fato de que ninguém está sozinho no mundo e, por isso, todos devemos ter respeito por quem também esteja no mundo, ao nosso lado ou distante de nós.
Não à toa os documentos oficiais que regulamentam e sugerem ações para a educação formal básica propõem núcleos fundamentais e complementares de disciplinas para serem abordadas na escola. Bem realizada, a educação básica concederá aos estudantes a possibilidade de aquisição de conhecimentos em diversas áreas do saber, preparando-os para se integrar com cidadão de visão ampla capaz de interferir com dinamismo no funcionamento da sociedade, no sentido de torná-la melhor para todos.
Português, matemática, história, geografia, ciências, literatura, sociologia, filosofia constituem, por exemplo, áreas do conhecimento importantes na formação básica do estudante, uma vez que os saberes bem realizados nos permitem saber como proceder da melhor maneira no convívio social, no lidar com o outro cotidianamente, seja ele quem for, esteja onde estiver, tenha as características que tiver.
Saber sobre o mundo nos ajuda a nos posicionarmos nele quanto a diversos temas, com a possibilidade de que nossa interferência sirva para modificá-lo, alterando as bases de seu funcionamento e importando que sejam as alterações contributivas para todas as populações existentes, os benefícios vindos como algo novo que devem sempre ser a favor do coletivo social.
No entanto, como deve chegar uma criança à escola para nela ir aprendendo a se tornar um ser social? Deve ser uma criança tranquila, receptiva, amorosa, apta a receber os conhecimentos sob responsabilidade pedagógica, aspectos que devem ser contemplados nela pelo convívio familiar, contribuindo, para isso, pai, mãe, irmão, irmã, avó, avó, tio, tia, primo, prima e até pessoas da vizinhança, da comunidade.
Há muitos relatos bem acessíveis nos dias de hoje declarando que uma criança, convivendo com pessoas em ambiente amoroso, afetuoso, de respeito ao próximo, desenvolve em sua complexidade humana a compreensão de que o amor, o respeito, o afeto devem existir nas relações interpessoais. Demonstra, portanto, afeto, respeito, carinho pelas outras crianças, pelas outras pessoas, otimizando seu convívio social desde a primeira infância.
Também é verdade e há mesmo muitos relatos, denúncias de que crianças que coexistem com pessoas agressivas, violentas, desrespeitadoras do outro, podem desenvolver em si as mesmas características violentas. Chegando à escola, essa criança poderá levar para seu convívio ali atitudes de desrespeito, de agressividade, de violência, tornando o ambiente insalubre.
Enquanto vai crescendo, se a criança-estudante não tem modificados seus comportamentos contra sociais, pode tornar-se alguém sem qualquer respeito ao próximo, sem qualquer inclinação cidadã. É possível que se torne, já crescida, uma pessoa egoísta, acreditando que tudo gira em torno dela. Os outros não importarão, sejam eles quem forem. Ela, na fase adulta, pode se tornar um dano muito grande para a sociedade, se alcançar função social de comando.
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