
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira
Chico Araujo é cearense, licenciado em Letras, professor de Língua Portuguesa e de Literatura brasileira
Há muitas formas de expressão do conhecimento humano documentando o fascismo (1919 – 1939) e o nazismo (1939 – 1945), movimentos semelhantes em seu cunho ideológico e pretensamente nacionalista, além de teor imperialista e, ainda, com forte inspiração agressiva, discriminatória e belicista que impactaram o mundo a partir da Europa no século passado.
Livros, filmes, matérias jornalísticas, documentos em museus, fotos, registros de depoimentos destacam a realidade dos fatos acontecidos na Europa entre 1914 e 1918 (primeira grande guerra) e entre 1939 e 1945 (segunda guerra mundial). Também há documentação vasta sobre o fascismo e o nazismo como elementos motivadores político-ideológicos que fizeram eclodir a segunda grande guerra, beligerância que legou ao mundo milhões de pessoas feridas e mortas.
O fascismo italiano e o nazismo alemão foram derrotados na metade do século passado, quando se teve decretado o fim da segunda guerra. Em tese, deveriam ter sido destruídos totalmente naquele momento, mas não foi o que aconteceu. No pós-guerra, ficaram silentes por anos e anos, embora se retroalimentando em células enclausuradas que se espalharam pelo mundo e que começaram a se revelar com ferocidade no início desse novo século, marcando presença em muitos países nos mais diversos campos de atividades sociais, vociferando sua inspiração ultranacionalista voltada à construção de um Estado totalitário, excludente, facínora.
No bojo do nazifascismo pulsam preconceitos raciais, misóginos, sexistas, classicistas, religiosos, xenofóbicos entre outros mais que ele implementa via discursos e ações, inflamando a sociedade e influenciando seguidores a terem postura violenta e vigorosamente opressora contra outras que não sejam reconhecidas como dentro dos padrões desejados.
O nazifascismo é fundamentalmente cruel e aniquilador das multiplicidades sociais e institucionais. É algo que precisa ser bem compreendido em todas as suas nuances, exposto e debatido em todos os recantos da sociedade brasileira, como mecanismo de defesa aos arroubos autoritários recentes e repercussivos ainda hoje, sendo facilmente observáveis desde, principalmente, 2016.
É certo que não somente boa parte de nós brasileiros nos negamos a aprender com o que a História ensina. Em muitos lugares do mundo se tem confirmada a ideia de existir parte significativa de suas populações desejosa de pôr em prática estado político autoritário. Não me refiro aos países onde sabemos já haver ditadura há muitos anos. Chamo a atenção para a existência de Estados democráticos nos quais “células nazifascistas” agem para destruí-los, no intuito de pôr em seu lugar governos de teor autoritário, aproveitando-se, até, da democracia existente para difundir os ideais contra ela.
No contexto do Brasil, é importante reconhecer falsos discursos transitando em velocidade impressionante nas redes sociais (hoje, possivelmente, o principal meio para desvirtuar sociedades e disseminar informações mentirosas), no sentido de compreender os objetivos existentes por trás deles e entender o que querem alcançar aqueles que diariamente tentam “minar” as estruturas do Estado brasileiro.
O momento existente agora no país é crucial e precisamos, sim, entender que muito além de uma disputa entre poderes subsiste uma luta intensa entre defensores da democracia e defensores do autoritarismo. Há até quem busca articulação com autocráticos estrangeiros para tentar desestruturar o funcionamento do país. Estarei sempre com a democracia. Abomino golpes e golpistas. E desejo sempre que a justiça exista e que seja feita de maneira transparente, adequada, justa. Que ela seja feita. E que, por ela, os condenados sejam conduzidos a cumprir suas penas.
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