Mulheres na política: Desafios e caminhos para a paridade
Reitora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), é graduada em Ciência da Computação, mestrado em Engenharia Elétrica, pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), doutora em Engenharia Elétrica e da Computação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Pós-Doutorado, no Massachusetts Institute of Technology (MIT/EUA)
Mulheres na política: Desafios e caminhos para a paridade
.Das capitais, somente duas serão governadas por mulheres: Adriane Lopes, em Campo Grande (MS), e Emília Corrêa, em Aracaju (SE). Situação que aponta as dificuldades para que candidaturas femininas cheguem aos mais altos postos
Em 2025, o Brasil contará com 727 prefeituras lideradas por mulheres, um aumento modesto, em torno de 1% em relação a 2021, que revela tanto o avanço quanto os inúmeros desafios na busca por equidade de gênero na política. Mesmo compondo 52,47% do eleitorado, as mulheres ainda ocupam apenas cerca de 13% das prefeituras no país. Esse contraste entre participação nas urnas e representação nos cargos de liderança pública evidencia a distância entre a presença feminina no processo eleitoral e a efetiva ocupação dos espaços de poder.
Das capitais, somente duas serão governadas por mulheres: Adriane Lopes, em Campo Grande (MS), e Emília Corrêa, em Aracaju (SE). A situação nas capitais destaca as dificuldades para que candidaturas femininas cheguem aos mais altos postos das administrações municipais.
Apenas garantir cotas para candidaturas femininas não é suficiente. É preciso repensar o sistema de cotas para que contemple também o número de mulheres eleitas. Nesse sentido, a proposta de paridade de gênero, com metade dos cargos ocupados por mulheres, aliada a uma representatividade racial mais justa, desponta como uma alternativa que mais condiz com a diversidade da sociedade brasileira. Para que essa mudança seja verdadeiramente estrutural, é essencial avançarmos também nas composições das equipes de governo.
Ter mulheres em secretarias e posições de chefia dentro das administrações públicas é fundamental para fortalecer a participação feminina e ampliar o olhar da gestão pública. A paridade nas equipes de governo permite uma maior variedade de perspectivas e experiências no debate político, como também é uma via para criar um ambiente onde futuras candidaturas femininas possam se consolidar. Esse cenário favorece uma cultura política mais igualitária e representativa.
Além disso, adotar a paridade nas equipes de governo contribui significativamente para normalizar a presença feminina na política, rompendo com estereótipos que por muito tempo limitaram as mulheres a papéis secundários. Quando a sociedade vê mulheres em posições-chave e com protagonismo em várias esferas da administração, a noção de que elas podem - e devem - liderar, se fortalece. Essa transformação é essencial para a criação de uma política mais inclusiva, onde vozes diversas possam se unir em prol de um Brasil mais justo.
Algumas instituições já deram este passo. Na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), por exemplo, a legislação interna da Universidade estabelece que pelo menos 50% das vagas referentes aos cargos designados pela Reitoria sejam ocupados por mulheres.
Este é um exemplo que pode, e deve, ser replicado. A paridade nas equipes de governo é um passo necessário para uma democracia que acolhe e representa a diversidade brasileira. É preciso pensar na revolução desta pauta de equidade e deve ser compromisso de mulheres, homens e de toda a sociedade atendendo inclusive o que estabelece a Agenda 2030 sobre equidade.
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