Reitora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), é graduada em Ciência da Computação, mestrado em Engenharia Elétrica, pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), doutora em Engenharia Elétrica e da Computação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Pós-Doutorado, no Massachusetts Institute of Technology (MIT/EUA)
Enquanto o mundo atravessa crises profundas em diferentes aspectos, 2025 desponta como um ano de esperança, inspirado pelo Jubileu proclamado pelo papa Francisco. Com o tema "Peregrinos de esperança", somos convidados a um exercício coletivo de reencantar-se pela vida, pela humanidade e pela nossa capacidade de transformação.
Educar é, por essência, um ato de esperança. Não uma esperança ingênua ou passiva, mas uma esperança que impulsiona a ação, a reflexão e o compromisso com um mundo melhor. Como destaca o relatório da Unesco (2022), as novas gerações enfrentam um cenário desafiador, marcado por desigualdades crescentes, crises climáticas e retrocessos democráticos. Esse panorama potencializa o pessimismo, afastando muitas pessoas de um horizonte de possibilidades.
Nesse contexto, o papel de educadores, famílias e instituições de ensino é fundamental para reacender nos estudantes a crença em seu próprio potencial. A educação precisa ser um espaço onde se semeiam sonhos e se cultivam as habilidades para realizá-los. Esse processo vai além da aquisição de conhecimentos, passando pela formação integral do ser humano, capaz de refletir criticamente e agir com propósito.
No entanto, não há esperança sem saúde mental. A Organização Mundial da Saúde alerta para o aumento dos índices de ansiedade e depressão entre crianças e adolescentes, agravados pela pandemia e pela falta de suporte emocional adequado.
Para que a educação seja um ambiente de esperança, é imprescindível priorizar o bem-estar emocional dos estudantes e educadores. Isso inclui criar espaços de diálogo, investir em equipes multidisciplinares de apoio psicológico nas escolas e universidades, e promover uma cultura de empatia e acolhimento.
Como enfatiza o papa Francisco na bula Spes non Confundit, a esperança não é individualista, mas nasce e floresce no senso de comunidade. Nesse sentido, a escola e a universidade podem ser ambientes de construção coletiva de resiliência, onde cada pessoa se sente amparada para enfrentar os desafios de sua jornada.
O Jubileu de 2025 nos provoca a ver a educação como um instrumento de mudança, não apenas individual, mas social. Ao educar para a esperança, contribuímos para formar sujeitos críticos, éticos e engajados, capazes de atuar em suas comunidades com responsabilidade e solidariedade.
As escolas e universidades devem ser lugares onde se fomente o reencanto pela vida, com práticas pedagógicas inovadoras que integrem ciência, cultura e espiritualidade. A educação para a sustentabilidade, o incentivo ao pensamento criativo e o fortalecimento do protagonismo estudantil são caminhos que podem ajudar a transformar o pessimismo em ação positiva.
Esperança, como bem disse o papa Francisco, não é esperar passivamente. É agir com propósito e visão, com o olhar fixo em um futuro onde a educação seja, de fato, um lugar de cultivo da vida em abundância. Que o ano de 2025 seja, para todos nós, uma oportunidade para reanimar a esperança e renovar o compromisso com a construção de um mundo onde cada pessoa possa florescer em sua dignidade e plenitude.
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