Reitora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), é graduada em Ciência da Computação, mestrado em Engenharia Elétrica, pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), doutora em Engenharia Elétrica e da Computação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Pós-Doutorado, no Massachusetts Institute of Technology (MIT/EUA)
Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, com décadas de ruptura e de conquistas, são a prova viva de que persistência e talento transformam vidas - as suas e as de quem têm o privilégio de acompanhá-las
Após a premiação da atriz Fernanda Torres no Globo de Ouro e a expectativa por sua indicação ao Oscar, fui tomada por reflexões profundas sobre o papel inspirador, sobre a referência, que nós, mulheres, somos umas para as outras. Esse prêmio nos convida a refletir sobre a força coletiva presente na luta, resistência, sensibilidade e coragem compartilhada entre tantas de nós.
Quando temos a oportunidade de conhecer a trajetória de Fernanda Torres e de sua mãe, Fernanda Montenegro, o impacto é ainda mais marcante. Essas duas mulheres, com décadas de ruptura e de conquistas, são a prova viva de que persistência e talento transformam vidas - as suas e as de quem têm o privilégio de acompanhá-las.
Fernanda Montenegro, com sua presença firme e trabalho impecável, pavimentou um caminho de bravura e fé em um país onde, embora sejamos maioria, ainda somos minoria nos espaços de decisão. Ela provou que mulheres podem ser protagonistas de suas próprias histórias, ou de qualquer história. E ela o fez de forma discreta e firme, encorajando gerações de mulheres, entre elas sua própria filha, a acreditar na possibilidade de sonhar e realizar.
Por outro lado, Fernanda Torres, ao receber o prêmio no Globo de Ouro - premiação para a qual sua mãe foi indicada anos atrás - trouxe à tona um momento de plenitude. Ali, a concretização de um trabalho individual cruzava-se com a continuação de um legado familiar. Deve ter sido uma experiência única, carregada do peso e do privilégio de representar algo maior: o testemunho de uma história que reflete o que há de mais humano e essencial nas relações entre mãe e filha.
O que essas trajetórias nos ensinam? Que resistir a conceitos, preconceitos e limitações impostas é um ato de beleza e coragem. São histórias como a dessas duas Fernandas e de tantas outras mulheres incríveis que iluminam nossos caminhos e nos fazem acreditar em nosso próprio potencial.
Não há como falar de mulheres gigantes sem mencionar Eunice Paiva, outra figura que brilhou em sua dimensão, deixando um legado inesquecível. Essas três mulheres, em seus tempos e contextos distintos, simbolizam a essência da coragem feminina. Elas são protagonistas de um filme de vida espetacular, marcado pela força, sensibilidade e entrega.
Em 2025, o ano de todas as mulheres e meninas, celebramos os 30 anos da Declaração de Pequim (IV Conferência Mundial sobre a Mulher), um marco global na defesa da igualdade de gênero. Um momento para avaliarmos os avanços na igualdade de gênero, uma oportunidade para fortalecer ações globais pelo empoderamento feminino.
Que essa história, real e inspiradora, alcance mulheres que ainda vivem na escuridão de achar que não podem ser luz. Que saibamos nos iluminar mutuamente. Sejamos luz, sensibilidade e fortaleza, contagiando umas. Afinal, um sonho sonhado junto tem outro significado.
Obrigada, Eunice e Fernandas. Por não desistirem, persistirem e nos inspirarem. Vocês são luz. E que nós também possamos ser.
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