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A competição política dos vereadores em 2024
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Cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da pós-graduação em Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica do Salvador (UCSal)

A competição política dos vereadores em 2024

A redução de partidos com representação é um "mantra" no sistema político brasileiro, que tem se empenhado para diminuir o protagonismo de partidos com pouca ou nenhuma relevância eleitoral
Tipo Opinião

O fim das coligações proporcionais em 2020 teve efeito imediato. Em todo o Brasil, 73% dos municípios tiveram redução no número de partidos com representação nos legislativos municipais. As câmaras com até seis partidos representaram em 2016 metade dos municípios. Na eleição de 2020, 82% dos legislativos tiveram até seis legendas eleitas. Já a proporção de municípios com mais de seis partidos representados na eleição de 2016 foi de 50% do total, sendo que em 2020 não passou de 18%. As câmaras municipais entre 7 e 9 partidos eram 40,63% do total em 2016 e caiu para 13,80% em 2020.

A redução de partidos com representação é um "mantra" no sistema político brasileiro, que tem se empenhado para diminuir o protagonismo de partidos com pouca ou nenhuma relevância eleitoral, ao mesmo tempo que a regra das federações permite que partidos com um grau considerável de afinidade ideológica possam sobreviver juntos, permanecendo vivos a médio prazo.

O efeito do fim das coligações recaiu também sobre o lançamento de candidaturas. Em 2016, os partidos brasileiros lançaram 496.977 candidaturas. Em 2020, os partidos refizeram as contas e lançaram 557.678 candidatos. O mesmo efeito não se replicou em 2022: em 2018 foram lançadas 29.153 candidaturas e em 2022 foram lançadas 29.262, trata-se de um crescimento tímido, sendo que 36,33% foram candidaturas a deputado federal e 57,20% para deputado estadual em todo o país.

A Lei das Eleições alterou a possibilidade de lançar 150% para 100% mais um de candidaturas em relação às vagas em disputa para o Legislativo, o que deu mais complexidade na "engenharia" dos partidos na montagem das chapas, isto é, o cálculo ficou mais ajustado diante da perspectiva, inclusive, de controlar a competição interna no ambiente partidário.

O que devemos observar para as próximas eleições? Em primeiro lugar, como os partidos estão estruturando as chapas e a preparação de mulheres candidatas à vereança, uma imposição legal desejável e necessária. Em segundo lugar, diante do aumento das "campanhas digitais" como os partidos buscarão os influencers e "famosos" como um mecanismo de aumentar o potencial de votos. Por fim, se os partidos montarão chapas ocupando todas as vagas e como ficarão os desempenhos das federações, uma novidade institucional na democracia brasileira. n

 

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