Cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da pós-graduação em Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica do Salvador (UCSal)
Cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da pós-graduação em Políticas Sociais e Cidadania da Universidade Católica do Salvador (UCSal)
Sem dúvida, o PSD se tornou o maior vencedor das eleições municipais. O partido passará a comandar a partir de 2025 nada menos do que 887 prefeituras no país. Em segundo lugar, o MDB com 856 e o PP com 745 prefeitos eleitos. Em quarto lugar, o União Brasil com 583 cidades e em quinto lugar, o PL de Valdemar da Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro, conquistando 515 cidades brasileiras. O PT ficou em nono lugar com 252 prefeituras, o que aponta a permanência do grande desafio do partido em aumentar o protagonismo na política municipal.
Os cinco partidos mais votados apresentam como traço comum a captura do voto pragmático, focando na essência do presidencialismo de coalizão: ganhar prefeituras, eleger deputados e controlar politicamente a Câmara dos Deputados e o Senado, não por acaso a força da reeleição em 2024 foi recorde na história democrática brasileira, já que a cada dez candidatos que tentaram mais um mandato, oito obtiveram êxito (81%).
Nas capitais, o mapa eleitoral seguiu a mesma tendência, já que dos 20 candidatos á reeleição, 16 foram reeleitos para mais um mandato à frente dos executivos municipais, atingindo 80% de sucesso de carreira política dos prefeitos das capitais. Nas capitais, o MDB e o PSD tiveram prefeitos eleitos entre as capitais com cinco cidades cada. O MDB governará Belém (PA), Boa Vista (RR), Macapá (AP), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). Já o PSD estará à frente de Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).
O União Brasil ficará à frente de quatro cidades: Goiânia (GO), Natal (RN), Salvador (BA) e Teresina (PI), mas chamou a atenção o PL que agregou as forças bolsonaristas polarizadas e conquistou também quatro cidades: Aracaju (SE), Cuiabá (MT), Maceió (PL) e Rio Branco (AC). O PT governará somente Fortaleza (CE).
Qual o recado das urnas? O PL de Bolsonaro buscou disputar e ganhar terreno no espectro eleitoral da direita moderada, mas mantendo-se como uma direita radical. Em segundo lugar, o lulismo e a esquerda perderam fôlego nas capitais e isso tem relação com a transição entre velhas e novas lideranças políticas, algo que a direita está surfando com larga vantagem. Por fim, a força dos partidos do centrão coloca em evidência os elos entre política local e nacional, o que afeta diretamente as estratégias eleitorais para 2026.
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