Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2009), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC. Apresentando interesse pela Sociologia Política e Ciência Política. Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), atua como palestrante e analista político, colaborando com movimentos sociais, associações e imprensa
Para combater o drama do desemprego tecnológico, governo e sociedade civil devem investir na reformulação dos currículos do ensino profissional, reestruturar os laboratórios tecnológicos e garantir internet nos espaços públicos - tudo isso conectado aos arranjos produtivos locais
Foto: João Filho Tavares
FORTALEZA-CE BRASIL, 21-06-2024 Foto de Perfil de Jony Vale da Wiser Tecnologia (Foto Joao Filho Tavares O Povo)
O desemprego tecnológico é uma realidade cada vez mais brutal em nossa sociedade. O aparato digital segue eliminando uma série de postos de trabalho. Não se trata tão somente de mão de obra desqualificada.
Profissionais liberais já são afetados por esse fenômeno de feições mundiais. É uma fase do desenvolvimento econômico do capitalismo que anula milhões de empregos e ganha enormes proporções com a inteligência artificial. Muitos lembram que outros postos e espaços serão criados. Seria, portanto, um movimento histórico. A questão é que ainda não estamos compreendendo a complexidade do problema e suas consequências humanas.
A economia se moderniza freneticamente. A pandemia aprofundou os processos de virtualização de serviços, comercialização de dados e engenharia de algoritmos. Cada país enfrenta essa dinâmica de forma diferente. Somos uma nação que ainda ostenta números elevados de analfabetismo (absoluto e funcional). Gerações que não tiveram qualquer incentivo para se aperfeiçoar ao longo de suas trajetórias. Temos ocupações com remunerações estagnadas, elevada carga horária de trabalho e parte do setor privado que não aposta na qualificação de ponta.
Além disso, a cultura educacional brasileira ainda é extremamente voltada para a "lógica dos bacharelados" - importante para lapidar pesquisadores, mas insuficiente e burocratizada para enfrentar os desafios tecnológicos urgentes do século XXI. Só para termos uma ideia, a agenda de qualificação dos tigres asiáticos, União Europeia e Chile aposta na inclusão digital como marco essencial desde a educação básica, apoiando-se fortemente nesse eixo para estruturar o crescimento econômico e elevar a renda per capita de sua população. Se temos o desejo de evitar um apartheid digital crônico, precisamos lutar por um pacto nacional pela inclusão digital.
Para combater o drama do desemprego tecnológico, governo e sociedade civil devem investir na reformulação dos currículos do ensino profissional, reestruturar os laboratórios tecnológicos e garantir internet nos espaços públicos - tudo isso conectado aos arranjos produtivos locais. E o foco não deve ser somente o público jovem. Os profissionais com mais tempo de trabalho devem ser incluídos nesse esforço. Eis um caminho fecundo para proporcionar oportunidades reais para todos. n
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.