Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2009), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC. Apresentando interesse pela Sociologia Política e Ciência Política. Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), atua como palestrante e analista político, colaborando com movimentos sociais, associações e imprensa
Cid Gomes quer retornar à cúpula do poder. Até que ponto vai conseguir traduzir lideranças em apoios leais é algo que só os resultados das urnas poderão nos dizer
Foto: AURÉLIO ALVES
IGUATU, CEARÁ, BRASIL- 05.04.2024: Cid Gomes e Lula. Presidente Lula vai a Iguatu assisnar a ordem de serviços das obras do ramal do salgado e visitar as obras da transnordestina, linha ferrea. (Foto: Aurélio Alves/ O POVO)
O encerramento do prazo legal para a realização das convenções partidárias já permite uma leitura sobre o cenário político dos próximos meses. Além do mapeamento das candidaturas e alianças oficializadas, conseguimos vislumbrar os protagonistas das articulações partidárias locais, ou seja, os nomes que mais se empenharam em formar as chapas, resolver disputas entre grupos locais e alcançar visibilidade. Dentre os líderes da política cearense, o senador Cid Gomes foi o que mais se dedicou e gerou mais candidaturas competitivas para o PSB. A participação frenética em diversas convenções sinaliza isso. Esse movimento não acontece por acaso.
Desde o ano passado, venho chamando atenção para a estratégia cidista de fortalecimento de alianças. O ex-governador compreendeu os significados das eleições de 2022, os impactos da divisão do seu grupo e a necessidade de se reposicionar no tabuleiro político. Diferente do que vem repetindo aos quatro ventos, Cid Gomes não deverá encerrar a carreira política com o fim do mandato senatorial. Dono de uma larga experiência, sabe que tudo na política é ferozmente disputado e que as fichas de 2026 estão sendo lançadas nesse momento.
Para quem já liderou dezenas de prefeitos e foi protagonista das principais decisões políticas dos últimos vinte anos, aceitar ser apenas um satélite do grupo comandado por Camilo Santana é muito pouco. Mesmo assegurando fazer parte da base do governador Elmano de Freitas, o ex-prefeito de Sobral traça seu próprio caminho e não teme bater de frente com o Palácio da Abolição - fenômeno que foi se Cleyton Monte acentuando com as dificuldades na articulação política e aprovação tímida do governador. Cid Gomes não se acomodou. Durante a pré-campanha, lançou uma série de candidaturas em municípios estratégicos, mesmo contrariando os interesses do governo - especialmente do PT.
É difícil prever quantas postulações serão convertidas em vitórias, contudo, o recado foi dado. Cid Gomes quer retornar à cúpula do poder. Até que ponto vai conseguir traduzir lideranças em apoios leais é algo que só os resultados das urnas poderão nos dizer. De qualquer forma, a aproximação entre o PT e o PSD de Domingos Filho e Luiz Gastão já evidencia que o Palácio da Abolição não pretende se tornar refém da estratégia cidista. A tensão é permanente! n
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