Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2009), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC. Apresentando interesse pela Sociologia Política e Ciência Política. Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), atua como palestrante e analista político, colaborando com movimentos sociais, associações e imprensa
Líderes partidários parecem repetir mantras típicos da década de 1990. Os jovens de hoje pouco acreditam na dinâmica do mercado formal de trabalho e se enfadam com eventos partidários tradicionais
Após a divulgação dos resultados do primeiro turno em Fortaleza, os dois candidatos correram para articular alianças e acertar o tom do discurso que será utilizado nas próximas semanas. Um ponto chama atenção: o diálogo com os jovens nessa segunda etapa da campanha. Até aqui André Fernandes (PL) conseguiu se aproximar - com mais criatividade e eficiência - dos diversos públicos jovens da capital cearense. Contudo, os aliados e a coordenação política de Evandro Leitão (PT) já perceberam que devem orquestrar uma mensagem específica e convincente para esse grupo. O embate começou.
Segundo dados do TRE-CE, 25% do eleitorado de Fortaleza tem entre 16 e 29 anos. A maioria são mulheres, solteiras, possuem ensino médio completo e ganham até dois salários mínimos. É a população que mais sofre com a precarização do mundo do trabalho, ausência de políticas sociais nas comunidades, violência e falta de perspectivas. O grupo que mais busca mudanças no padrão da política tradicional. Mas que tipo de mudança? Não podemos romantizar a juventude como lócus de um espírito revolucionário e transgressor. A realidade é bem outra. São públicos atravessados pelo discurso religioso de diferentes Igrejas evangélicas, influenciados diretamente pelo algoritmo consumista e embrutecido das redes sociais e, em muitos casos, embalados pelo "canto da sereia" do empreendedorismo mais egocêntrico. É claro que temos várias tribos e tendências que destoam radicalmente desse perfil genérico. De toda forma, os candidatos terão que se comunicar com esses jovens e seus dilemas urgentes e cotidianos, apresentando um panorama de mudança para suas vidas. Uma missão árdua
Uma questão não deve ser esquecida. Ao longo do primeiro turno, pouco se debateu sobre propostas para as juventudes, principalmente da periferia. É preciso ser objetivo, didático e claro quando mencionamos temas como: qualificação, renda e cultura urbana. Vários líderes partidários parecem repetir mantras típicos da década de 1990. Os jovens de hoje pouco acreditam na dinâmica do mercado formal de trabalho e se enfadam com eventos partidários tradicionais. Os influenciadores digitais são as grandes referências contemporâneas. Nesse sentido, o caminho para conquistar essa garotada passa pela emoção impactante, comunicação criativa e propostas concretas.
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