Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2009), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC. Apresentando interesse pela Sociologia Política e Ciência Política. Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), atua como palestrante e analista político, colaborando com movimentos sociais, associações e imprensa
O mote do alinhamento deverá ser lembrado para cobrar a concretização das inúmeras propostas. Um caminho salutar é estruturar a gestão para as demandas urgentes das periferias
A vitória apertada de Evandro Leitão deixou uma série de mensagens para as forças de centro-esquerda, especialmente para o PT. Compreender tal dinâmica é vital para atuar sobre essa realidade e garantir uma gestão com resultados efetivos. O processo eleitoral demonstrou que o alinhamento político e o latifúndio de propaganda eleitoral não são suficientes para uma disputa competitiva. É preciso analisar o novo formato das campanhas. Antes disso, o próximo gestor tem pela frente desafios gigantescos: conquistar a periferia e orquestrar uma articulação política de peso.
As últimas eleições já indicavam as dificuldades do PT em dialogar com o novo perfil dos trabalhadores, especialmente os mais precarizados. Comunicar-se diretamente com as juventudes entrou para a agenda dos temas que não podem ser adiados. Além disso, discutir o contexto das mulheres em situação de vulnerabilidade e a narrativa do empreendedorismo ganhou tons de urgência. Fortaleza é agora vitrine. A única capital conquistada pelo PT. A equipe do futuro prefeito será pressionada por uma oposição turbinada. O mote do alinhamento deverá ser lembrado para cobrar a concretização das inúmeras propostas. Um caminho salutar é estruturar a gestão para as demandas urgentes das periferias. Redefinir o papel das Regionais, garantindo autonomia administrativa, pode ser uma estratégia importante para se aproximar das comunidades vulneráveis. Essa comunicação acaba favorecendo as ações na saúde, urbanismo e assistência social. Para que esse movimento se torne real, Evandro Leitão deverá compor uma articulação política que seja um elo eficaz entre a administração, as forças sociais e o Legislativo. Waldemir Catanho cumpriu esse papel na gestão Luizianne Lins. É preciso aprender com as dificuldades enfrentadas por Lula e Elmano.
Um articulador político empoderado poderá ampliar a base aliada na Câmara Municipal, estruturar um secretariado com metas e fazer com que o Poder Público seja mais efetivo na periferia. Evandro Leitão não quer repetir a trajetória do prefeito Sarto — gestor de um único mandato. O atual presidente da Assembleia Legislativa sabe que, se conseguir produzir e comunicar bons frutos, poderá influenciar a disputa estadual, sendo decisivo para a manutenção do seu grupo político. Não é pouca coisa. n
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