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Os governos municipais e a transformação digital
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Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2009), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC. Apresentando interesse pela Sociologia Política e Ciência Política. Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), atua como palestrante e analista político, colaborando com movimentos sociais, associações e imprensa

Os governos municipais e a transformação digital

Em tempos de avanço da inteligência artificial, não podemos aceitar a ausência do município no mapeamento de demandas locais, monitoramento de políticas e apoio aos arranjos produtivos. O salto digital pode ser impulsionado pelos novos prefeitos
Era digital (Foto: Ilustrativo)
Foto: Ilustrativo Era digital

Vivemos um momento marcado pela emergência de novas gestões municipais. O início das administrações vem junto com uma pressão redobrada da sociedade, exigindo serviços públicos mais eficientes, com foco na resolutividade e antecipação de demandas. Nesse contexto, o ingresso dos municípios na Era Digital é um terreno fecundo. Não adianta usar o discurso do estimulo à iniciativa privada, se a burocracia pública ainda trabalha no formato analógico.

Em tempos de avanço da inteligência artificial, não podemos aceitar a ausência do município no mapeamento de demandas locais, monitoramento de políticas e apoio aos arranjos produtivos. O salto digital pode ser impulsionado pelos novos prefeitos.

Experiências de sucesso como o Projeto Conecta Recife demonstram que o município pode ser mais presente no cotidiano da população. Os investimentos no setor apresentam resultados a médio prazo, com atuação na política de vacinação, telessaúde, matrícula e acompanhamento do desempenho escolar, transporte público, agricultura familiar e ações de assistência social - só para citar os eixos mais notáveis.

A linguagem deve ser simples e articulada com projetos sociais de letramento digital. Várias pesquisas já apontaram para a prevalência do analfabetismo digital em nossa sociedade.

Uma multidão de homens e mulheres que têm dificuldades básicas em processos que vão do envio de emails ao uso de aplicativos. As redes de educação (municipal e estadual) podem ser parceiras na educação digital da juventude, formando multiplicadores comunitários.

Contudo, para que esse processo seja efetivo, as novas gestões devem articular a qualificação dos servidores públicos. Um programa (com tecnologia de ponta) desconectado da ação permanente dos servidores é irrelevante.

O modelo pode ser desenhado de acordo com as características de cada município. Os investimentos não são gigantescos. E, diferente do que muitos pensam, não seria preciso recorrer a empresas de outros estados ou países.

Temos expertise para coordenar esse movimento. Instituições de renome do porte do Centec, IFCE, UFC, Uece, Sebrae-ce e Iracema Digital trabalham em rede e podem contribuir muito nessa área. São trilhas com potencial para ressignificar os serviços públicos, tornando a gestão mais presente, transparente e democrática!

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