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Mais uma vez a comunicação
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Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2009), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC. Apresentando interesse pela Sociologia Política e Ciência Política. Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), atua como palestrante e analista político, colaborando com movimentos sociais, associações e imprensa

Mais uma vez a comunicação

Não adianta realizar um programa fantástico ou mesmo ostentar índices socioeconômicos satisfatórios se essa realidade não for traduzida em percepção de melhoria de vida da população
Elmano e Lula na segunda visita que o presidente fez ao Ceará neste ano, em Iguatu (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Elmano e Lula na segunda visita que o presidente fez ao Ceará neste ano, em Iguatu

O início de 2025 demarca a metade das gestões estaduais e federal. Um momento de balanço sobre o que foi produzido e, principalmente, o que deverá ser entregue à sociedade. Tanto é que o governo Elmano já fez sua reforma e, certamente, Lula seguirá o mesmo caminho. O desafio de ambos é imprimir uma marca de governo que seja forte o suficiente para garantir competitividade eleitoral e limitar opositores. Uma tarefa difícil, que passa pela comunicação dos feitos administrativos em meio ao turbulento cenário de polarização e limitações orçamentárias.

Não adianta realizar um programa fantástico ou mesmo ostentar índices socioeconômicos satisfatórios se essa realidade não for traduzida em percepção de melhoria de vida da população. O governo Lula conseguiu expandir o PIB, reduzir o desemprego, retomar os investimentos públicos e criar controles inflacionários - mesmo assim sua taxa de popularidade não foi alterada (a margem de apoio continua intacta).

É preciso retomar o diálogo e os projetos para públicos estratégicos, como os jovens e a classe média. O governo Elmano, mesmo com um panorama político menos tenso que o vivenciado por Lula, enfrenta dilema parecido. Bateu recorde na geração de emprego, articulou programas que tiraram milhares da linha da pobreza e incrementou o PIB cearense.

Na mesma linha do governo federal, não conseguiu avançar na avaliação de sua administração. Falta um olhar especial para as Regiões Metropolitanas de Fortaleza e do Cariri. Essas pesquisas são termômetros importantes para medir a compreensão acerca das políticas públicas, servindo como ferramenta para alterar rotas.

Paralelo aos investimentos da agenda de governo, o desafio da comunicação institucional deve ser aproximar a administração do cotidiano social, principalmente dos que utilizam os serviços públicos com maior regularidade. As propagandas na rádio e na TV não atendem a todos os grupos. As redes sociais oficiais precisam ser atualizadas em termos de linguagem e conteúdo.

Faz-se necessário uma análise sobre o alcance dessas publicações. Não há dúvida que as gestões produzem resultados de impacto - mesmo que não seja no ritmo esperado. A grande questão é que parte da população ainda não tomou conhecimento dessas ações e isso faz toda diferença em disputas cada mais acirradas.

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