
É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.
É editor de cultura e entretenimento do O POVO. Sua coluna, publicada todos os dias, trata de economia, política e costumes a partir de personagens em evidência no Ceará, no Brasil e no mundo.
E nesse embalo...
...de "o verão bateu em minha porta e eu abri", refrão mais cantado no Carnaval, novo hit de Ivete Sangalo, teve gente que terminou, como diz a canção: "no meio da rua".
E nem estou falando no sentido denotativo da palavra rua, já que é uma delícia curtir os blocos por aí, mas de quando essa expressão significa ter perdido algo importante, como um relacionamento duradouro por conta de um desses deslizes de folia.
Teve um caso bem emblemático, direto da Sapucaí. Famoso diretor de escola do primeiro grupo foi flagrado aos beijos com uma porta-bandeira de uma agremiação adversária, daí que o pega-pega causou dois abalos, em um casamento tradicional no alto escalão do samba carioca e entre as próprias entidades, tão aguerridas em sua disputa, que receberam como uma traição o beijinho de bastidor.
Nada que uma quarta-feira de cinzas não amanse... E aí? Já começaram as promessas de quaresma? Sem doces, sem refri zero, sem falar da vida alheia? Entre o bem e o mal, nesse Carnaval assistimos a uma overdose de megaproduções evocando a figura mítica de satanás e outras figurações do mal.
O anjo decaído veio interpretado pelo ator José Loreto na Comissão de Frente da Vila Isabel, com direito a patrocínio da famosa marca de vinhos "Casillero del Diablo", produção da chilena Concha Y Toro. Interessante que o rapaz encarnou Lúcifer faltando apenas 40 dias para ser Jesus Cristo na encenação da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Talvez, até lá, alguém consiga entender melhor a Campanha da Fraternidade 2025, que mais parece tema de retiro holítisco dessa tchurma que vê duendes e fadas nas matas por aí...
Sabrina Sato, em uma das inúmeras produções que apresenta na temporada, trajou uma Eva comendo a maça e enrolada com a serpente e, num outro momento, uma vampira bem perigosinha. Teve até influencer digital que precisou se afastar das frisas na Apoteose do Samba, alegando "medinho" do jogo entre o sacro e profano. Sugiro a ela e suas colegas que comecem a repensar suas performances, na alta mesmo, ninguém tem mais paciência em dividir espaço com as cinegrafistas deluxe.
Uma das marcas do mais novo e exclusivo camarote da Apoteose do Samba, Cafe de La Musique, foi, justamente, a ausência do excesso dessas personagens, que trabalham apenas como influencers e acabam quebrando o clima com suas acrobacias pelas fotos e vídeos perfeitos. Filmando tudo a noite inteira, não interagem e também jogam por terra a mínima expectativa de privacidade e liberdade. Quem não precisa, não está mais tolerando... Sinais dos tempos, impérios são erguidos e caem, desde que o mundo é mundo vem sendo assim.
Se tem alguém que saiu bem dessa temporada foi o carnavalesco, cenógrafo, psicólogo, professor universitário e comentarista de carnaval brasileiro Milton Cunha. Suas declarações, em entrevistas ou durante a transmissão das escolas de samba, dominaram as redes sociais. E ele, antes visto de forma jocosa e pejorativa, ganhou o respeito que o título de pós-doutor em História da Arte pela Escola de Belas Artes da UFRJ (2017) merece.
Dos políticos, João Campos, no Recife, deu aula de popularidade, comunicação, simpatia, falando com os moradores e visitantes de forma mais do que acessível e coloquial, o rapaz tem um tom amigável, acolhedor. Foi dos blocos populares a bailes e festas privês de bacanas, sempre enfatizando a importância para a preservação da Cultura e para a economia de Pernambuco.
Por aqui, Evandro Leitão também aproveitou, ao máximo, essa janela de leveza que o povo brasileiro abre do Réveillon oficial até o início do ano "de verdade", que é no pós-Carnaval, circulando durante todo o ciclo carnavalesco ao lado da secretária da Cultura Helena Barbosa. Agora, precisa mostrar a que veio, se os rearranjos políticos permitirem...
E eu... fui conhecer a Carvalheira da Ladeira, folia privê - de primeira linha - paralela ao Carnaval popular de Recife e Olinda, assim como me joguei pelos blocos de rua, contemplando uma tradição popular musical e de danca blindada, até aqui, das interferências do sertanejo que deseja, até, chegar à Presidência do País, via Gustavo Lima, em chapa informalmente ventilada com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
Sei não, é cada uma... é por isso que tem gente que sai mordendo as pessoas, como a moça presa na Sapucaí por abocanhar os coleguinhas do rolê e o rapaz que tem fissura por comer animais e foi parar no hospital colocando os bofes para fora por conta de uma cobra. O Brasil é aquele programa da extinta TV Manchete, "Acredite se Quiser".
E o Governo Federal, pelo visto, resolveu reagir e anunciou pacote para baratear os alimentos. É o mínimo diante de um cenário deveras desafiador, globalmente, inclusive.
Vou indo, guardar minha peruca, o nariz e a cartola da fantasia de palhaço que usei no Carnaval mas que nós, os brasileiros conscientes e não torcedores de políticos, vestimos mesmo sem querer muitas vezes depois da triste quarta-feira de Cinzas.
E cuidado com essa história de abrir demais a porta para o verão, sol ilumina, mas também queima, nos múltiplos sentidos da palavra...
Fiquem com cenas dos últimos dias...
Flores...
(Foto: leca novo e brazil news/ divulgação )N1: a modelo cearense Valentina Sampaio caiu na folia carioca, após gravar campanha para Jean Paul Gaultier no Copacabana Palace
(Foto: arquivo pessoal )Davi Silveira e Marcus Vinicius Batista no Cafe de La Musique, a novidade do ano na Sapucaí
(Foto: arquivo pessoal )Bahia: Ticiana e Bruno Oliveira, Monique Barreira, Natalia Abreu, Alessandra Soares e Eldon Bezerra, Isabela Albuquerque e Bruno Oliveira Filho
(Foto: arquivo pessoal )Bahia: Rebecca e Cândido Albuquerque, Georgia e Assis Vieira, Alessandra Soares e Eldon Bezerra, Isabela Albuquerque e Bruno Oliveira Filho
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