
Daniel Maia é professor doutor de Direito Penal da Universidade Federal do Ceará (UFC), sendo também advogado criminalista e colunista semanal do O POVO
Daniel Maia é professor doutor de Direito Penal da Universidade Federal do Ceará (UFC), sendo também advogado criminalista e colunista semanal do O POVO
As fotos e dados de advogados vêm sendo utilizadas em todo o país por bandidos para aplicar o já famoso golpe do pix. Inclusive a minha foto também vem sendo constantemente usada na aplicação desses golpes, os quais funcionam basicamente assim: o bandido pega a foto do advogado e a coloca como avatar de um número de whatsapp, em seguida passa mensagens para os clientes do advogado, pedindo para que transfiram valores para um determinado pix que ele indicar.
As justificativas para a transferência são as mais diversas possíveis, tais quais pagamentos antecipados de honorários, pagamentos de taxas e custas judiciais, etc.
As vítimas, por vezes, acabam sendo levadas a erro e transferindo dinheiro para o bandido em face das promessas de levantamento de alvarás ou de decisões judiciais favoráveis que estão esperando em determinados processos.
Infelizmente nem a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e nem a Polícia, apesar de terem anunciado que tomariam medidas para combater esse tipo de crime que vem atormentando a classe, tem obtido sucesso em frear os criminosos, os quais estão cada vez mais audaciosos e hábeis em captar os dados processuais dos clientes dos escritórios.
Aqui no Ceará está muito sério esse problema criminal e não me parece que as autoridades consigam dar conta de acabar com ele tão cedo, até pelo fato de que muitos desses bandidos já estão presos, inclusive em outros estados do Brasil, cometendo os golpes de dentro dos presídios.
Assim, sem poder contar com a eficácia do poder público, o melhor remédio é a informação constante aos clientes e a quem nos rodeia de que ninguém deve enviar pix para números desconhecidos ou estranhos.
Importante também seria que a OAB ajudasse com uma extensa campanha de divulgação e informação no mesmo sentido.
Enfim, o golpe do pix é o mesmo de sempre, só que agora a criminalidade está focada em se aproveitar da relação de confiança entre clientes e advogados para aplicá-lo.
Então, lembrem-se sempre: Não façam pix para números desconhecidos!
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