Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.
NÃO É RARO OUVIRMOS QUE A ATRAÇÃO É "GRATUÍTA" ou que o acesso a algo é "gratuíto", com acento no i. A pronúncia não é essa. Diz-se "gra-tui-to", já que as vogais "ui" ficam na mesma sílaba, formando o que se chama de ditongo. Do mesmo modo, fala-se cir-cui-to, for-tui-to, in-tui-to e Rui. Fala-se também "flui-do" ao se referir a algo que flui, algo que é corrente. Em relação a esse caso, é preciso mais atenção, porque existe a conjugação "fluído", do verbo fluir. Veja a diferença: "O fluido escorreu pela parede" e "Se o trânsito tivesse fluído, eu teria chegado mais cedo".
Ruim ou ru-im?
EM RELAÇÃO à palavra "ruim", a pronúncia correta é "ru-im". Ruim é um dissílabo; ou seja, é formado por duas sílabas, e a sílaba mais forte é "im". As vogais ficam em sílabas separadas.
RECORDE OU RÉCORDE?
OUTRA PALAVRA que causa dúvida é "recorde". Qual é a sílaba mais forte? É a "cor". Recorde não é proparoxítona, não recebe acento; portanto, não deve ser pronunciada, no português, como "récorde". Rubrica também é paroxítona e a sílaba mais forte é "bri". Assim, não se diz "rúbrica".
Carroçável
VALE LEMBRAR também que a estrada de terra, aquela feita inicialmente para ser via de tráfego de carroças e outros veículos, é "carroçal". A expressão, amplamente usada principalmente no meio jornalístico, deveria ser dita e escrita como "carroçável", como é registrada no vocabulário oficial.
É claro, porém, que, se estivermos numa estrada não pavimentada, nos rincões de um distrito rural, diante de uma situação que não exija a gramática normativa, e ouvirmos que ali é "carroçal", vamos entender o que significa.
Mas, se precisarmos escrever a palavra em uma situação mais formal, em um contexto da norma culta, usa-se carroçável.
SALVA A DICA!
Veja mais exemplos de palavras que frequentemente causam confusão na pronúncia.
NOTE A DIFERENÇA: bicarbonato (e não "bicabornato"); meteorologia (e não "metereologia"); beneficente (e não "beneficiente"); reivindicar (e não "reinvindicar"); entretido (e não "entertido"); privilégio (e não "previlégio"); perturbar (e não "pertubar"); mortadela (e não "mortandela"); iogurte (e não "iorgute"); frustração (e não "frustação"); cabeleireiro (e não "cabelelero"); cérebro (e não "célebro").
"Verifique se o mesmo está no andar."
PELA GRAMÁTICA, não se deve usar a palavra "mesmo" como pronome pessoal. "Mesmo" não é sujeito da oração. Desse modo, evite usar "o mesmo" ou "a mesma" para referir a alguém ou a algo. Os pronomes "ele" e "ela" resolvem na maioria das vezes nesta situação. Exemplo: "Antes de entrar no elevador, verifique se ele encontra-se no andar".
SUGESTÕES?
Se tiver sugestões de assunto a ser tratado na coluna, escreva, por favor, para: danielanogueira@opovo.com.br
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.