Carnaval 2024: 6 discos que contam a história da folia brasileira
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Marcos Sampaio é jornalista e crítico de música. Colecionador de discos, biografias e outros livros falando sobre música e história. Autor da biografia de Fausto Nilo, lançado pela Coleção Terra Bárbara (Ed. Demócrito Rocha) e apresentador do Programa Vida&Arte, na Nova Brasil FM
Carnaval 2024: 6 discos que contam a história da folia brasileira
Muito antes do hit do momento, o Carnaval já faz parte das mais fortes emoções brasileiras. A seguir, uma série de discos que levaram as estrelas da MPB a cair na folia
Foto: Divulgação Biscoito Fino
Capa do disco 'Carnavalança', da gravadora Biscoito Fino
Carnavalança (2013)
A ideia veio da família Ferreira: criar um disco de Carnaval voltado para o público infantil. O filho de Martinho da Vila, Martinho Filho, é o produtor executivo, enquanto suas irmãs Mart'nália, Maíra Freitas e Analimar se dividem entre cantar, dirigir e coordenar o coral. Reunindo um repertório já conhecido pelos pais das crianças, o disco acaba agradando diferentes gerações. Tem Lamartine Babo, Noel Rosa, Mário Lago e Haroldo Lobo nas composições e as vozes de Chico Buarque, Paula Lima, Maria Rita e Evandro Mesquita. A julgar pelos convidados, também é certo que os baixinhos vão demorar um tempo a se ligar nesse álbum.
O time é dos melhores: Nelson Motta na direção geral; Gilberto Gil, Mazzola e outros na direção de estúdio; Zé Rodrix, Gil, Magro (MPB-4) nos arranjos. Quando chega nos intérpretes, o álbum "Carnaval chegou" é tão divertido quanto a capa desenhada por Pedro Hélio Lobianco. O progressivo O Terço participa com "Muito Louco", dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, enquanto o regional Quinteto do Pirulito defende "Menino do Pirulito". Sobra até pra Raul Seixas com uma composição sua, "Eterno Carnaval", e Fagner com "Um ano a mais".
Os anos 1970 descobriram o filão comercial da música carnavalesca e não faltaram discos nas prateleiras. A série "Convocação Geral" foi o lançamento da Som Livre, braço fonográfico da Rede Globo. Tanto que o design das capas era do então jovem Hans Donner. O elenco de vozes é variado, contando com alguns adeptos confessos do Carnaval. Tem Caetano Veloso ("O bater do tambor"), Moraes Moreira ("Chão da Praça") e Elza Soares ("Mangueira, minha alegria"). Mas também tem presenças curiosas, como Odair José ("No carnaval desse ano"), Roberto Carlos ("Samba do Sapatão"), Nelson Gonçalves ("Kojak") e Nora Ney ("Você não é chapéu").
Numa época em que o frevo andava em baixa, o compositor caruruense Carlos Fernando teve a ideia de convidar vários artistas para cantarem músicas suas. O primeiro convidado foi Gilberto Gil, que dividiu "Sou eu teu amor" com Jackson do Pandeiro. Elba Ramalho cantou "Olha o trem" e ainda trouxe Chico Buarque para interpretar "Salve a torcida". O projeto ganhou a simpatia do público, mas não teve incentivo da gravadora CBS. Ainda assim rendeu mais cinco volumes e as presenças de Lulu Santos, Lenine, Amelinha, Frenéticas e vários outros.
Por falar em frevo, quando esse patrimônio pernambucano completou 100 anos, a gravadora Biscoito Fino lançou um de seus mais importantes projetos. O álbum duplo "É de perder o sapato", produzido por Carlos Fernando, conta com texto histórico, assinado pelo jornalista José Teles, e 31 faixas. No disco 1, são 14 peças instrumentais executadas pela Spokfrevo Orquestra, incluindo composições de Clóvis Pereira e José Menezes. No disco 2, são 17 canções que reúnem algumas vozes íntimas ou não do frevo. Tem Maria Rita ("Valores do passado"), Luiz Melodia ("Último regresso"), Edu Lobo ("Frevo Diabo") e Ney Matogrosso ("Me segura se não eu caio"). E tem Maria Bethânia, soberana, derramando belezas sobre o "Frevo Nº1".
Mais um projeto com o selo da família "Da Vila". Com ideia de Martinho Filho e produção musical de Mart'nália, a proposta é recontar a história do Brasil através de sambas enredo. A pesquisa histórica começa com um texto de apresentação assinado pelo jornalista Sergio Cabral, narrando as raízes do samba-enredo e sua ligação com a narrativa histórica (que começa ali pelos anos 1930, com a criação da União das Escolas de Samba). Com tudo pontuado por datas e autores, desfilam 12 sambas nas vozes de Fernanda Abreu, Simone, Alcione e outros.
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