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A hora da estrela
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Marcos Sampaio é jornalista e crítico de música. Colecionador de discos, biografias e outros livros falando sobre música e história. Autor da biografia de Fausto Nilo, lançado pela Coleção Terra Bárbara (Ed. Demócrito Rocha) e apresentador do Programa Vida&Arte, na Nova Brasil FM

Marcos Sampaio arte e cultura

A hora da estrela

Madonna chega ao Brasil para um show gratuito no Rio de Janeiro em que confirma seu pioneirismo como estrela da música e dos costumes
Tipo Opinião
Madonna no Brasil: números impressionantes para a hora da estrela do pop
 (Foto: Giovanni Bianco/Divulgação)
Foto: Giovanni Bianco/Divulgação Madonna no Brasil: números impressionantes para a hora da estrela do pop

O universo pop está em expansão. Diariamente uma nova “maior estrela do pop mundial” aparece lançando um disco ou single que caberá ao tempo dizer se durará mais que um verão. Cada uma dessas superestrelas chega com uma série de notícias sobre cifras alarmantes, romances tórridos, palcos milionários, exigências da turnê e números de seguidores. Quase nada é sobre música, mas todas dizem amar a música.

Madonna chegou por aqui antes dos releases, das redes sociais, da competição pelo pódio do pop e, de certa forma, antes do pop ser tão levado a sério. Mas ela já levava a sério seu ofício, sabia muito bem que bandeiras levantar e defendeu o direito de ser o que bem quisesse, de vaqueira a dominatrix. Em pouco mais de 40 de carreira, ela já foi loira materialista, beijou um Jesus negro, foi crucificada, explorou a sexualidade usando máscara, corpete e chicote, fez mergulho espiritual, brigou com a igreja, tornou-se mãe, sofreu violência doméstica e encarnou a icônica Evita Perón e a gangster Breathless Mahoney em “Dick Tracy”.

Madonna sabe como poucas a melhor forma de usar o pop. Sempre soube. Sua voz é curtinha, mas muito bem colocada dentro do que se propõe. Já foi esganiçada, mas sempre verdadeira. Surgindo numa época em que não havia tecnologia para compensar aquilo que Deus não lhe deu, coube a ela aprender a dançar, cantar e fazer um dos espetáculos mais concorridos do mundo. Ela é pop com energia rock, atitude punk e ainda fã de música brasileira.

Um show gratuito de Madonna em Copacabana é o pop em essência. São 812m² de palco, 270 toneladas de equipamento, 18 torres de som, mais 3 mil policiais militares e 1500 agentes civis para a segurança. A expectativa é de 1,5 milhão de pessoas. Números que refletem a magnitude do espetáculo, mas não medem a revolução cultural e comportamental que a performer de 65 anos provocou ao longo dos anos. Como dito, diariamente surge uma “maior estrela do pop mundial” querendo ser maior que Madonna. Mas, enquanto elas se compararem a Madonna, é porque são menores.

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