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O que eu desejo para o próximo ano
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Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho é graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutor em Cardiologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor-associado da UFC, tem experiência na área da medicina, com ênfase em cardiologia, atuando principalmente nas áreas de sistema nervoso autônomo, sistema cardiopulmonar e doença de Chagas. Foi secretário de Saúde do Ceará entre 2019 e 2021

Dr. Cabeto opinião

O que eu desejo para o próximo ano

Não nos cabe criminalizar e desconstruir. Tampouco, ceder às manipulações, a não permissão de pensar, refletir e criticar. Tudo tem haver com mudar de ideia, contextualizar, amadurecer e entender que nós somos ao mesmo tempo um único indivíduo e uma civilização

Talvez seja o que vocês também almejam.

É como se estivéssemos determinados a crer, a renovar as ideias, a avaliarmos nossos erros e os nossos acertos.

Afinal, somente assim, restabeleceremos um novo começo, com novas atitudes e esmero em acertar.
Mas, o que na verdade queremos? O que é esse acertar?

Refiro-me especificamente a uma atitude intensa e íntima. O refazer nossas crenças e desfazer-se de preconceitos.

É não derivar a responsabilidade para outrem, e não se esquivar de debater, de participar. Mas, não sem antes ouvir atentamente, dar chance ao tempo para compreender o processo da vida.

Assim, não nos cabe criminalizar e desconstruir. Nem tampouco, ceder às manipulações, a não permissão de pensar, refletir e criticar.

Tudo tem haver com mudar de ideia, contextualizar, amadurecer e entender que nós somos ao mesmo tempo um único indivíduo e uma civilização.

E, sim, Reconhecer o que ainda não fomos capazes de dominar, principalmente a violência, que é decerto um deslize de comportamento.

Falo sobre qualquer forma de violência, desde a mais sútil a mais óbvia, sobre uma exposição por gestos, palavras e atitudes que desconsideram o outro como muito importante para a nossa vida. É não reconhecer a nossa interdependência.

É agredir aquele que nos ameaçam por pensar e ser diferente, por representar outra tribo, outros valores.

Espero, sim, que desça uma luz sobre a escuridão que permeia a nossa sociedade, que assume em alguns momentos, comportamentos bárbaros. De certo é um comportamento que põe em xeque a nossa civilização.

Espero que não desanimemos em lutar por tudo que acreditamos, desde que seja pelo bem comum, conhecendo e compreendendo o passado para crescer no futuro, agora e em próximas gerações.

Atrevo-me aqui a expor algumas ideias:

1- Nem todos somos iguais, e, com certeza, formamos um mundo diverso, tão importante para a evolução da civilização.

2- Toda civilização que sobrevive obedece a normas que facilitam o todo, reconhecendo as diferenças como potencial de resolver nossos conflitos. O etnocentrismo, assim como as certezas absolutas nos aproxima do narcisismo.

3- Uma sociedade sã protege os mais "frágeis", principalmente por reconhecer neles os nossos próprios defeitos e características.

4- Exercite-se diariamente, refletindo sobre a morte, reflita o quanto tem se preparado para o final.

5- Não se contamine pelas notícias, refletem frequentemente um único momento, ou somente as manipulações de cada época. Todos nós, especialmente os que detêm poder, andamos atrasados em relação ao nosso tempo.

Espero ter passado uma visão se não otimista, um estímulo para pensar e mudar.

Escrevo, principalmente, por crer que ao fazê-lo posso estar colaborando com poucos, ao menos com aqueles que compartilham comigo essa visão de vida. 

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