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Os verdadeiros heróis e a importância dos exemplos de vida
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Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho é graduado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutor em Cardiologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor-associado da UFC, tem experiência na área da medicina, com ênfase em cardiologia, atuando principalmente nas áreas de sistema nervoso autônomo, sistema cardiopulmonar e doença de Chagas. Foi secretário de Saúde do Ceará entre 2019 e 2021

Dr. Cabeto opinião

Os verdadeiros heróis e a importância dos exemplos de vida

Um bom começo seria enaltecer heróis como Carlos Chagas, Machado de Assis, Rodolfo Teófilo, dentre outros. São eles os exemplos de dedicação, altruísmo e coragem, valores essenciais para uma sociedade mais justa
Tipo Opinião
Casa do Rodolfo Teófilo (Foto: Correio do Ceará/Acervo Lucas Júnior)
Foto: Correio do Ceará/Acervo Lucas Júnior Casa do Rodolfo Teófilo

Vivemos um tempo sem lideranças e relações práticas entre filosofia e política, questões que tem relevância na busca da felicidade em sociedades mais evoluídas.

Os representantes políticos dos extremos, da esquerda e da direita, versam sobre o mantra dos justiceiros e dos pseudo representantes das minorias, características bem próprias dos que temem o debate e têm certeza de quase tudo. Aliás, esses são ingredientes dos movimentos de massificação e manipulação.

Nas últimas décadas, o Brasil amparou-se na lógica da economia mais ortodoxa, influência inequívoca do mercado e da sociedade de consumo. Tempo em que não podíamos questionar axiomas, como aquele que afirmava que a responsabilidade fiscal propiciaria o "welfare state". Infelizmente, o estado de bem-estar social não aconteceu, o mundo expandiu as desigualdades e os conflitos.

Por outro lado, os que se antepõem a esses dogmas, estão aprofundando a crise social.

No Ceará não é diferente. Nesse momento não podemos cantarolar "no Ceará não tem disso não ". A melhoria da saúde e da felicidade tem relação com a redução de desigualdades. No entanto, caminhamos para um estado com maior concentração de renda, e para um povo mais pobre, temos a segunda pior renda per capita do Brasil.

Em 1988 o Ceará representava 2% da população brasileira e 1,7% do PIB. Atualmente, representamos 4% da população brasileira e apenas 2,2% do PIB.

Afinal, empobrecemos? Sim, pioramos os indicadores como os da violência, que guardam relação direta com a desigualdade.

Sou otimista e realista. Não sou daqueles cegos seguidores do método científico, por compreender dos males que algumas certezas e a falta de humildade proporcionam à humanidade, e pelos prejuízos que causam ao espírito e à possibilidade de colaboração com o desenvolvimento intuitivo, tão importante na história de nossa sociedade.

Somente uma análise franca da realidade combaterá a apatia e o autoritarismo, apontando novas estratégias, novos modelos de estado.

A meu ver um bom começo seria enaltecer heróis como Carlos Chagas, Machado de Assis, Rodolfo Teófilo, dentre outros. São eles os exemplos de dedicação, altruísmo e coragem, valores essenciais para uma sociedade mais justa.

Enfim, não precisamos usar ou manchar a bandeira, nem tampouco exaltar um positivismo ou um populismo excludente. A bandeira significa pouco, mas os valores exprimem muito de uma sociedade.

 

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