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TRE toma medidas para evitar influência de facções
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TRE toma medidas para evitar influência de facções

É de conhecimento público que as facções controlam amplas áreas no Ceará, na capital e interior, cometendo, entre outros crimes, assassinatos, comércio de drogas, além de monitorar a vida das pessoas que moram nesses locais. Mas essas organizações criminosas avançam seus tentáculos também sobre a política, procurando eleger candidatos que lhes são simpáticos. Ou ainda apresentando membros da organização para disputar cargos eletivos, e ocupando cargos em instituições públicas ou nas prefeituras. Para controlar o voto nas áreas sob sua influência, as facções ameaçam moradores, impedem adversários de fazer campanha em seus territórios e proíbem o acesso aos locais de votação de eleitores suspeitos de terem preferência diferente dos faccionados.

Como já demonstrou O POVO, no início deste mês, grupos criminosos atuam dentro das Prefeituras para conseguir contratos por meio de licitações dirigidas ou praticando outras ilegalidades. Segundo apurou a reportagem, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), investiga vereadores e secretários em diversos municípios por suposto envolvimento com facções criminosas.

Portanto, diante dessa situação, é de se destacar positivamente a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) em dedicar especial empenho no combate à atuação das facções, em vista das eleições de outubro. O outro crime que também está merecendo cuidados especiais do TRE são as chamadas "fake news", disseminação de informações falsas, que costumam circular com mais intensidade em períodos eleitorais.

O Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE), por meio do Gaeco, também se prepara para barrar possíveis candidaturas de faccionados. Foi montada uma rede de investigação para levantar dados sobre pessoas que eventualmente venham a se candidatar com o apoio de grupos criminosos, de modo a informar à Justiça Eleitoral sobre possíveis óbices à inscrição.

É importante lembrar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também está tomando providências para que as eleições transcorram, em todo o País, dentro da normalidade. A regulamentação aprovada estabelece o enfrentamento à desinformação, e ao uso ilícito da inteligência artificial. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, destacou que a resolução permitirá que a Justiça Eleitoral tenha "instrumentos eficazes para combater o desvirtuamento nas propagandas eleitorais, nos discursos de ódio, fascistas e antidemocráticos", medidas que serão aplicadas com rigor.

Alguns críticos veem "exagero" nas medidas severas adotadas pela Justiça Eleitoral. Porém, todas elas estão circunscritas à lei, visando que as eleições sejam justas e democráticas, preservando o direito de o eleitor fazer a sua escolha de forma livre e consciente. n

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