O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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Até que enfim o governo federal resolveu intervir com mais vigor no caso Enel, a concessionária de energia elétrica que atua em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e no Ceará. Há tempos clientes da multinacional italiana vêm se queixando da precariedade de seus serviços, que causam prejuízos financeiros a consumidores individuais, comércio e hospitais.
Em entrevista ontem à Globonews (1º/4/2024), o ministro das Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, disse que determinou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a abertura de um processo para "apurar as transgressões reiteradas da Enel com a população de São Paulo". Foram dois grandes apagões em um período de quatro meses, que deixaram milhões de moradores da maior cidade do País sem luz por vários dias. O processo pode, inclusive, levar à cassação da concessão. A Aneel terá 20 dias para iniciar o procedimento exigido pelo MME.
Para o ministro, os contratos com as distribuidoras de energia são "frouxos" e a concessionária não atende às necessidades básicas da população. "A Enel demonstra de forma reiterada que está despreparada para prestar o serviço à altura do que a população brasileira exige", disse Silveira.
O ministro afirma ainda que está tomando uma medida "extremamente radical" e "educativa" para todas as distribuidoras". Ele garantiu que não transigirá na qualidade dos serviços oferecidos no Brasil, fazendo com que a "Enel, em especial, possa dar resposta a todos os paulistanos".
Nenhum reparo à fala de Silveira no que se refere à necessidade de requerer das concessionárias, particularmente da Enel, uma resposta aos consumidores. Mas é preciso lembrar ao ministro que não são apenas os paulistanos e paulistas a sofrerem com a má qualidade dos serviços da empresa. As cidades fluminenses, atendidas pela companhia, e os 184 municípios cearenses passam por problemas parecidos.
Este jornal já publicou mais de uma dezena de reportagens mostrando as constantes oscilações e longos períodos de falta de luz, tanto em Fortaleza quanto em cidades do interior e do litoral. Comerciantes e famílias relatam a perda de produtos estocados em refrigeradores, e queixas sobre a queima de equipamentos são comuns.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, informou em fevereiro, que estava "em contato permanente" com a Enel devido às chuvas, que pioram ainda mais um serviço que já é ruim. Em março, o governador voltou à carga, cobrando mais investimentos da distribuidora.
A resposta padrão da Enel é que a empresa está ampliando seus investimentos e que os problemas logo serão superados. A ver se a dura advertência do governo federal fará a concessionária andar mais ligeiro nas providências para regularizar o serviço. n
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