Logo O POVO+
A boa qualidade do ar em Fortaleza
Foto de Editorial
clique para exibir bio do colunista

O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública

Editorial opinião

A boa qualidade do ar em Fortaleza

A empresa suíça IQAir, especializada em tecnologias ambientais, publica regularmente o Relatório Anual Mundial sobre Qualidade do Ar, apontando se cidades e países estão dentro dos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram levantadas informações de mais de 30 mil estações de monitoramento da qualidade do ar, instaladas em 7.812 locais de 134 países.

O documento relativo a 2023 traz uma boa notícia para Fortaleza, ainda que a situação não seja a mesma nos demais municípios brasileiros analisados. A capital cearense foi a única entre 38 cidades avaliadas no Brasil a atingir o patamar preconizado pela OMS para considerar o ar de boa qualidade. Fortaleza apresentou índice de 3,4 µg/m³ (microgramas/metro cúbico), enquadrando-se nas cidades com qualidade de ar ideal, segundo a OMS.

O levantamento leva em conta a medida PM2,5, que consiste em partículas inaláveis, que caracterizam um elemento de poluição atmosférica e podem atingir a corrente sanguínea. Quanto maior a quantidade dessas partículas, mais o meio ambiente e a saúde humana são afetados. Esse tipo de poluição é responsável por milhares de mortes todos os anos.

Em seu portal, a Prefeitura de Fortaleza informa que, desde o ano passado, mantém um projeto de vigilância da qualidade do ar, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). São 30 monitores que registram a qualidade do ar em diversos bairros da cidade. Segundo a Prefeitura, os dados coletados são utilizados para a "elaboração de políticas públicas eficazes no combate aos danos à saúde e ao meio ambiente, acarretados pela poluição atmosférica".

Se Fortaleza é exceção, Xapuri (21 µg/m³) e outras seis cidades do interior do Acre estão entre os municípios com pior qualidade do ar. Os índices estão entre três e cinco vezes acima do recomendado pela OMS. Municípios do Norte do País, incluindo Manaus, com 16,8, disputam com cidades indústrias e mais populosas o posto de pior qualidade do ar. Ocorre que as cidades localizadas na região amazônica estão sujeitas a queimadas ilegais, que cobrem as cidades de fumaça e de fuligem. Uma situação dessas, em outubro do ano passado, em Manaus, fez com que a medição de estações de monitoramento chegassem a 499 partículas por metro cúbico, em uma escala que vai de zero a 160.

Quanto ao restante do mundo, somente 10 países e territórios, entre os 134 analisados, ficaram dentro dos padrões estabelecidos pela OMS. Os quatro países mais poluídos na lista de 2023 são asiáticos: Bangladesh, Paquistão, Índia e Tajiquistão, seguidos por nações africanas. Os locais menos poluídos são Austrália, Finlândia e Estônia.

Essa pesquisa repete um padrão de todos os estudos comparativos, mostrando que a qualidade de vida tem relação direta com o desenvolvimento de um país. n

Foto do Editorial

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?