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Editorial: O Brasil precisa barrar a dengue
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Editorial opinião

Editorial: O Brasil precisa barrar a dengue

Desde o início do ano até o começo deste mês de abril, foram registrados precisamente 3.062.181 casos prováveis de dengue
Tipo Opinião

É certo que, com o período chuvoso, aumentam os riscos de transmissão de algumas doenças já conhecidas para a época. Uma delas é a dengue. Com mais probabilidade de proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável por doenças como dengue, zika e chikungunya, o País todo começou uma mobilização de forma a orientar a população quanto aos sintomas e evitar que muitas pessoas sejam atingidas.

Cuidados cotidianos ajudam a evitar a infestação dos mosquitos. Consequentemente, colabora para reduzir o risco de transmissão da doença. O Brasil, em geral, no entanto, não tem conseguido. Números da semana que passou, divulgados pelo Ministério da Saúde, mostram que a quantidade disparou. Desde o início do ano até o começo deste mês de abril, foram registrados precisamente 3.062.181 casos prováveis de dengue.

Desse modo, constata-se que o número já é quase o dobro de todo o ano passado, quando foram detectados 1,6 milhão de casos. De janeiro até o começo de abril, foram 1.256 mortes por dengue em todo o Brasil. Outras 1.857 mortes estão em investigação. Todos os números são dados foram fornecidos pelo Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde.

Os estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Sergipe permanecem com tendência de aumento no número de casos de dengue, segundo o Ministério. O Ceará apresenta tendência de estabilidade, junto com Rondônia, Pará, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo. E outras nove unidades federativas têm tendência de queda consolidada no número de casos de dengue: Acre, Roraima, Amazonas, Tocantins, Goiás, Piauí, Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal.

Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, analisou: "Às vezes dá a impressão de que o pior passou, mas vamos ter ainda pessoas adoecendo". Isso é preocupante.

Em meio a essa alta histórica, 2024 já pode ser considerado o ano mais letal da história da dengue no Brasil, conforme a série histórica mantida pelo Ministério da Saúde. Estamos ainda na primeira quinzena do quarto mês do ano. Ou seja, a rapidez com que esse número foi alcançado merece análise e atenção.

O Ceará tem uma situação mais confortável, de estabilidade. Porém isso não pode significar relaxamento na prevenção. Há pessoas circulando pelos estados e, com isso, há a possibilidade de haver gente voltando ao Estado com a doença.

Em relação ao cenário nacional, é preciso que o Governo encontre iniciativas, de modo ágil e eficaz, para barrar esse aumento da dengue. O que foi feito até agora ameniza a situação sanitária, mas não conseguiu impedir essa alta surpreendente de casos. Colocar a responsabilidade no governo anterior não cabe mais. Com a nova gestão da Saúde há mais de um ano no comando nacional, espera-se a execução urgente de ações eficazes no combate à dengue. 

 

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