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A greve nas instituições federais de educação
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Editorial opinião

A greve nas instituições federais de educação

Professores e servidores das universidades federais e dos Institutos Federais estão em greve em todo o Brasil, tendo o reajuste salarial como principal reivindicação. Segundo o Andes (sindicato nacional dos professores), os salários vêm sofrendo defasagem há vários anos. O mesmo acontece com os servidores técnico-administrativos, representados pela Fasubra, a federação da categoria. Portanto, o movimento grevista foi desencadeado por um motivo justo.

Ainda mais levando-se em consideração que um professor, no mais alto grau da carreira, com dedicação exclusiva, tem remuneração em torno de R$ 18 mil por mês. Em comparação, um juiz federal ou um procurador do Ministério Público recebem mais de R$ 30 mil, sem considerar as benesses que geram os chamados supersalários.

Os professores de instituições federais querem reajuste salarial de 22%, em três parcelas iguais de 7,06% - em maio de 2024, 2025 e 2026. Para os servidores técnico-administrativos, a proposta é de 34% de reajuste, também em três parcelas. O Andes classifica o reajuste salarial de "recomposição", pois os índices cobririam apenas as perdas inflacionárias acumuladas desde o governo do ex-presidente Michel Temer, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O governo afirmou que não teria como dar aumento neste ano, pois o reajuste linear de 9%, concedido a todo o funcionalismo federal no ano passado, teria provocado um grande impacto no orçamento. Assim, o reajuste somente seria possível a partir de 2025. Em contrapartida, ofereceu correção nos auxílios alimentação, de assistência pré-escolar e no valor do seguro saúde, rejeitada pelos docentes — o que levou à greve. As negociações são conduzidas pela titular do Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público, Esther Dweck.

No Ceará estão paradas as três universidades federais (UFC, UFCA e Unilab) e os 33 campi do IFCE. E ainda, três universidades estaduais (Uece, UVA e Urca) reivindicam reajuste salarial, mas ao Governo do Estado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sugerido que os movimentos sociais ficaram mais ativos durante o seu governo em comparação com o que lhe antecedeu. No entanto, é assim que acontece nos regimes democráticos, quando os segmentos da sociedade podem usar livremente os direitos que lhes são concedidos pela lei e pela Constituição, em defesa de suas demandas.

Por sua vez, os professores precisam levar em conta que, em uma greve de instituições de ensino, os principais prejudicados são os estudantes. Eles têm seu planejamento escolar desorganizado, frustrando planos, principalmente de quem está próximo da formatura. Por isso, a insistência no diálogo é a melhor saída para a pendência entre governo e docentes. n

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