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Crianças vacinadas contra poliomielite
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Editorial opinião

Crianças vacinadas contra poliomielite

Depois de um longo período em que as vacinas estiveram sob ataque, é um alento ler a notícia, publicada ontem por este jornal, mostrando que o Ceará vacinou contra a poliomielite 99,8% das crianças nascidas no Estado em 2023. É um percentual invejável, pois dos 105.687 bebês, 105.519 foram imunizados, ficando apenas 168 sem vacina. Os dados são do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Em todo o Brasil, o Unicef destaca também que, comparando 2022 a 2023, diminuiu o número de crianças sem vacina. É de se lembrar, que a infecção pelo poliovírus é contagiosa, não tem cura, e produz graves sequelas físicas, por isso a doença também é chamada de "paralisia infantil".

Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Brasil está em uma "virada" na cobertura vacinal para crianças. Ela informa que das 16 vacinas listadas no calendário infantil, 13 apresentaram aumento de cobertura. No Ceará, a maioria dessas vacinas tem índice de cobertura acima ou próximo dos 90%.

Se no aspecto da vacinação infantil observam-se importantes avanços, existem dificuldades com a vacinação contra a dengue, devido à baixa procura pelo imunizante. Pouco mais de 18% das doses disponíveis para o público alvo — jovens de 10 a 14 anos de idade — foram aplicadas, segundo o Ministério da Saúde (MS). No entanto, existe um estoque de vacinas cuja validade vai até o dia 30 de abril. Assim, o MS autorizou a extensão da imunização para pessoas de quatro a 59 anos de idade, a critério dos gestores municipais.

É importante destacar que a queda da imunização não se deu apenas pela campanha, movida pelo governo anterior, que assustava a população com informações falsas. Esse foi um fator relevante, pois os difusores das chamadas fake news eram as próprias autoridades, o que provocava medo e inibia a procura pela imunização. Felizmente o atual governo interrompeu esse ciclo deletério, mas informações mentirosas continuam circulando nas redes sociais.

Entretanto, existem outros motivos, aos quais é preciso ficar atento, que contribuem para a baixa procura por vacinas. Entre eles, a sensação de que não existe mais perigo, por que a doença estaria erradicada, e dificuldade de acesso aos postos de saúde. É de se lembrar que a poliomielite está extinta no País desde 1989, mas especialistas alertam que, se houver queda brusca na vacinação, a doença pode retornar.

O fato de o Ceará ter vacinado contra a poliomielite praticamente todas as crianças nascidas no Estado em 2023 é uma conquista a ser comemorada. Mas é preciso lembrar que a maioria dos municípios do País não atingiu a meta de cobertura de 95% para vacinas do calendário infantil, em 2023, o que é preocupante. O Brasil precisa recuperar o seu posto de referência mundial em vacinação. n

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