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Desemprego em queda
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Editorial opinião

Desemprego em queda

Como noticiou a edição de ontem, o Ceará teve um saldo positivo de 6.185 postos de trabalho formais no mês de março, crescimento de 40%, comparado ao mês de fevereiro, quando foram gerados 3.897 empregos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Os números positivos repetiram-se nacionalmente, com a criação de 244.315 empregos no mês de março. No primeiro trimestre deste ano o saldo positivo foi de 719.033 empregos gerados, 34% a mais do que no mesmo período de 2023.

No mesmo dia em que o MTE divulgou os números do Caged, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou dados que confirmam a recuperação de postos de trabalho em todo o País. A taxa de desemprego do primeiro trimestre ficou em 7,9%, o menor percentual de desempregados para esse período, desde o ano de 2014. Entretanto, há de se observar que, se nos últimos dez anos o índice de 7,9% de pessoas sem ocupação é a menor em dez anos, ela aumentou 0,5 ponto percentual em relação ao último trimestre de 2023.

Essa queda, porém, não significa tendência ao aumento do desemprego, prevalecendo a comparação de longo prazo, relativa aos primeiros trimestres de cada ano. Além disso, há o efeito sazonalidade, pois em início de ano é comum haver demissões de funcionários extras contratados devido aos festejos de fim de ano, quando aumenta o movimento de vendas no comércio.

Em declaração à Agência Brasil, a coordenadora da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy, disse que o aumento da taxa de desocupação é um comportamento típico de início de ano. "O primeiro trimestre de cada ano é caracterizado por perdas na ocupação, parte vem de dispensa de trabalhadores temporários". Para a pesquisadora, está mantida a tendência de redução no desemprego no país. "O movimento sazonal deste trimestre não anula a tendência de redução da taxa de desocupação observada nos últimos dois anos".

Não resta dúvida de que a redução do desemprego é uma boa notícia, mas é preciso prestar atenção no aumento da informalidade, isto é, ocupações de baixa qualidade, sem direitos trabalhistas. Ainda existe o desemprego oculto, uma grande quantidade de pessoas que deixam de procurar trabalho por desalento, e que não entram nas estatísticas como desempregados.

A taxa de informalidade nos primeiros três meses do ano ficou em 38,9%, um contingente de 38,9 milhões de trabalhadores nessa condição. O índice ficou pouco abaixo de 39,1% no trimestre anterior. Quanto aos desalentados, eles somavam um contingente de 3,7 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego no ano passado, pois não veem possibilidade de encontrar uma vaga no mercado de trabalho. n

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