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Lições da tragédia no Rio Grande do Sul
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Editorial opinião

Lições da tragédia no Rio Grande do Sul

Episódios de extremos climáticos como o de 2023 e o que está em curso têm se mostrado cada vez mais frequentes e mais acentuados não apenas no Rio Grande do Sul, mas em todo o Brasil e no mundo de diversas maneiras
Tipo Opinião

O Brasil e o mundo têm visto com preocupação a trágica situação por qual passa o Rio Grande do Sul em decorrência das chuvas e inundações que atingem boa parte do estado. De acordo com os números divulgados às 18h de ontem, pela Defesa Civil gaúcha, 78 mortes foram confirmadas e outras quatro estão sob investigação.

Além disso, segundo o boletim, 105 pessoas estão desaparecidas e 175 ficaram feridas por consequências do aumento do nível da água. Mais de 115 mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas. As fortes chuvas afetaram mais de 844 mil pessoas em 341 municípios gaúchos, o que representa mais de dois terços do estado.

Os números da tragédia já são maiores que os registrados no mesmo Rio Grande do Sul em setembro do ano passado, quando foram registradas 54 mortes devido a passagem de um ciclone extratropical no sul do País.

Episódios de extremos climáticos como o de 2023 e o que está em curso têm se mostrado cada vez mais frequentes e mais acentuados não apenas no Rio Grande do Sul, mas em todo o Brasil e no mundo de diversas maneiras. Meteorologistas têm formado consenso ao mencionar as mudanças climáticas globais para explicar as causas da maior recorrência de tais eventos.

Até mesmo por se tornarem mais constantes, esses episódios e suas consequências e tornaram passíveis de ter uma detecção mais antecipada. Em relação à tragédia no Rio Grande do Sul, por exemplo, já foram dados sinais anteriormente do que estava para acontecer.

Portanto, sistemas de enfrentamento a crises climáticas deveriam ter sido fortalecidos previamente. Para que fossem colocadas em prática ações preventivas ou, pelo menos, respostas mais ágeis para enfrentar o problema de agora e os que certamente virão no futuro.

Outro ponto a ser criticado diante do desastre no sul brasileiro são os sinais de interesse em obter ganhos políticos, preferindo-se apontar o dedo e acusar adversários. Obviamente que diante de tamanha tragédia é necessário que haja posteriormente uma investigação aprofundada para identificar eventuais negligências.

Porém, é necessário para este momento de urgência que prevaleça a união e articulação entre divergentes em prol das milhares de vítimas. Uma concertação efetiva entre governos federal e estadual é imprescindível no atual contexto em que milhares de famílias estão desamparadas.

Merece elogios a mobilização de outros estados - o Ceará entre eles - para o envio de profissionais de resgate, veículos e equipamentos apropriados para o auxílio este tipo de situação emergencial. Ações que se somam à corrente de solidariedade vista em várias campanhas nas redes sociais para arrecadação de mantimentos às vítimas. 

 

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