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Morte de políticos precisa de investigação rigorosa
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Editorial opinião

Morte de políticos precisa de investigação rigorosa

O suplente de vereador, no exercício do mandato, Erasmo Morais (PL) foi assassinado a tiros de fuzil, na cidade do Crato (cerca de 500 km de Fortaleza). Ele foi baleado por dois homens encapuzados quando chegava de carro à sua casa, no bairro Mirandão. Os criminosos desceram de uma picape branca atirando. Erasmo foi atingido várias vezes, e morreu no local. A Polícia Civil iniciou as investigações para chegar aos suspeitos e esclarecer os motivos que levaram ao crime.

Ex-policial militar, expulso da corporação em 1995, Erasmos foi acusado de crimes de extorsão, tortura e associação criminosa. Na ocasião, ficou detido por um período no Presídio Militar, como verificou O POVO em edições do Boletim do Comando Geral da Polícia Militar (PMCE). Ele voltou a ser preso, pelos mesmos crimes, em uma operação realizada com o apoio da Polícia Federal (PF), em 2010.

Possíveis delitos do vereador em nada justificam o seu brutal assassinato, cometido na frente de seu filho, segundo o deputado Carmelo Neto, presidente estadual do PL. O objetivo não é levantar suspeitas sobre a atuação de Erasmo como vereador. Mas é preciso contextualizar os acontecimentos, pois não é a primeira vez que crimes de extrema violência envolvendo políticos são praticados no Ceará.

No mês de fevereiro deste ano, uma chacina deixou quatro mortos em uma localidade rural da cidade de Aracoiaba (90 km de Fortaleza). Entre as vítimas estava o secretário municipal de Obras Públicas e Mobilidade Urbana, Kennedy Guedes, irmão do prefeito da cidade.

Em editorial na época, este jornal alertou para a necessidade de investigações rigorosas para se chegar ao móvel do crime. Existem suspeitas fundadas de que facções estão agindo em cidades interioranas, infiltrando-se no poder local para conseguir contratos milionários com prefeituras.

Reportagem sobre o assunto, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, informa que "a ação dos criminosos foi detectada em investigações de São Paulo, Rio, Bahia, e Ceará", entre outros estados, citando explicitamente as organizações criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Alguns suspeitos da chacina de Aracoiaba foram presos e, segundo a Polícia, o crime teria sido ordenado por uma facção, devido a desavenças com uma das vítimas.

Esses casos estão a exigir investigações mais aprofundadas das autoridades policiais. Sejam crimes por divergências políticas ou por infiltração de facções no poder público, as duas situações são graves e inaceitáveis. Existem indícios que as organizações criminosas avançam sobre a área de negócios e na política, ocupando espaços constitucionais para facilitar suas operações criminosas. Não é lícito fazer prejulgamentos, porém, negar as evidências pode custar caro em um futuro próximo, por isso é preciso agir com rapidez, antes que a situação chegue a um ponto de não retorno. n

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