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A confiança do brasileiro nas urnas
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Editorial opinião

A confiança do brasileiro nas urnas

Pesquisa Quaest que acaba de ser divulgada sobre a opinião do eleitor brasileiro acerca das urnas eletrônicas e o nível de confiabilidade que elas proporcionam, diante do bombardeio de que têm sido vítimas nos últimos anos, apresenta uma conclusão que se pode entender como tranquilizadora: uma maioria de 56% dos consultados diz não respaldar a acusação de fraude nas eleições de 2022, contrapondo-se à tese que até hoje tenta emplacar uma parcela de políticos e militantes, liderados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na tentativa de reeleição à época.

É evidente que não se deve tirar das pessoas, Bolsonaro e quem mais queira exercê-lo, o direito de apontar questionamentos, críticas, mostrar inconformismo com o resultado, eventualmente, desde que isso se dê em cima de fundamentos mais concretos e responsáveis. Apenas dizer que não confia no sistema, como basicamente tem feito o grupo que hoje se organiza em torno de um movimento crítico às urnas, serve apenas, como tem acontecido, para fomentar um sentimento popular de descrédito que acaba por colocar a própria democracia em xeque.

A ideia de que houve manipulação e que o sistema, incluídas as urnas eletrônicas, atuou para alterar o resultado das últimas eleições, mobilizou as emoções de boa parte daquelas pessoas que invadiu as sedes dos poderes em Brasília, no tristemente histórico dia 8 de janeiro, para promover uma quebradeira literal que não se sabe exatamente o que buscava como resultado. O que se entende, porque havia referências a isso nas palavras, cartazes e outras manifestações, é que por trás do vandalismo incontrolável havia uma reação a problemas com o processo eleitoral que não se consegue apresentar uma só prova de que realmente tenham existido.

O episódio, com toda sua gravidade, parece estar absorvido e as instituições têm agido de maneira exemplar como resposta. Ressalvado um ou outro exagero que não compromete o sentido do que foi feito e, principalmente, a sua necessidade diante das circunstâncias.

No entanto, olhando agora para a parte meio vazia do copo oferecido como imagem simbólica pela pesquisa Quaest, percebe-se, a essa altura, que 35% ainda mantêm os questionamentos ao resultado da última eleição e à nossa sistemática de voto, cuja segurança é ressaltada e reconhecida mundo afora, o que exige nos mantermos em alerta e que intensifiquemos os esforços de convencimento das pessoas.

O movimento negativo que teve seu ápice naquele ano de 2022 parece ter fracassado no seu intento de criar dúvidas na cabeça do brasileiro acerca da robustez do nosso sistema eleitoral, tão eficiente e seguro quanto rápido. De qualquer forma, também parece evidente que criou fissuras que determinam uma atenção permanente da parte daqueles realmente interessados em defender a jovem e atacada democracia brasileira. n

 

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