
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu suspender entre os dias 19 a 27 de maio a Série A do Campeonato Brasileiro, o Brasileirão, em decorrência da catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul. O período corresponde às 7.ª e 8.ª rodadas de um campeonato com 38 etapas, com turno e returno, e participação de 20 clubes, de Norte a Sul do País.
A medida foi tomada pela CBF depois que 15 times, entre eles o Fortaleza Esporte Clube, pediram a suspensão da disputa, respondendo a uma consulta realizada pela entidade. Flamengo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Bragantino teriam ficado contra a paralisação dos jogos. O Ministério do Esporte também havia feito pedido formal à CBF pelo adiamento do campeonato.
Em nota, depois de solidarizar-se com os gaúchos, a CBF explica que suspendeu as partidas apenas da Série A, pois teve pedido formal da maioria de seus integrantes. Quanto às demais competições, ainda não haveria posição majoritária dos clubes participantes, por isso os jogos ficam mantidos, excetuam-se os times do Rio Grande do Sul, cuja participação ficará suspensa até 27/5/2024.
É fato que vários clubes de outros estados ofereceram, solidariamente, seus centros de treinamento aos times rio-grandenses-do-sul, o que lhes poderia dar condições de se manterem no campeonato. No entanto, ainda assim, as consequências psicológicas da tragédia não seriam afastadas.
Os jogadores estão com a cabeça voltada para as suas famílias e amigos, muitos desses atletas são participantes ativos de grupos de voluntários — e querem continuar com essa atividade. Por tudo isso, seria injusto, nessas condições, chamá-los de volta do trabalho.
Mesmo levando em conta a dificuldade logística em alterar o calendário de uma competição de tal magnitude; do compromisso com patrocinadores, e do volume de recursos que movimenta — uma cadeia econômica da qual dependem dezenas de milhares de pessoas — a decisão da CBF foi acertada. Mas não é correto acusar de falta de sensibilidade aqueles que defendem a continuidade do Brasileirão, com argumentos consistentes.
O jornalista Juca Kfouri, do Uol Esportes, por exemplo, é a favor da continuidade do campeonato, sem as equipes gaúchas. Para ele, seria a oportunidade de o futebol brasileiro mostrar que é "fator de mobilização social e não de alienação", destinando parte da renda de todos os jogos para socorrer as vítimas da tragédia e reconstrução das cidades. Suspendendo as partidas, diz ele, os times de outros estados ficarão "sem ter o que fazer" e a paralisação dos jogos, "não significará nada".
Até o dia 27/5, certamente a CBF realizará novas reuniões, voltando a abordar as questões relativas ao Brasileirão. Que todos os aspectos sejam levados em conta para se encontrar a melhor solução para o impasse. Mas, qualquer que seja a proposta, ela somente fará sentido se estiver em linha com o bem-estar do povo gaúcho. n
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