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Continua embate sobre o Fortal
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Editorial opinião

Continua embate sobre o Fortal

O governador Elmano de Freitas (PT) informou que a Cidade Fortal voltará ao bairro Manoel Dias Branco para a realização do carnaval fora de época este ano. A empresa organizadora desistiu, por ora, de transferir a Cidade Fortal para um terreno nas proximidades do Aeroporto Pinto Martins. A medida foi possível depois de o governador negociar com a família Dias Branco, proprietária do terreno, a manutenção da micareta no local por mais uma vez.

O Fortal teve a sua primeira edição em 1993, ocupando a extensão da avenida Beira-Mar, o que dificultava a locomoção de moradores, que tinham dificuldades de entrar em suas próprias casas. Em 2006, mudou-se para o bairro Dias Branco, em um local exclusivo para a festa. Essa, portanto, seria a terceira mudança de local da micareta, um dos principais eventos turísticos de Fortaleza, que reúne milhares de pessoas.

No entanto, ambientalistas iniciaram uma campanha para impedir edificações no local, sob o argumento de que ali existia um trecho preservado da mata atlântica, protegida por legislação específica. Em resposta a este jornal, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) informou ter feito vistoria na área, concluindo que no terreno existe uma vegetação para a qual não é necessária autorização de desmate. No entanto, a Semace afirma que "80% da propriedade é constituída de vegetação nativa, incluindo espécies indicadoras do bioma mata atlântica, para a qual há necessidade de solicitar uma autorização para uso alternativo do solo (UAS)". O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio da superintendência do Ceará, embargou a obra.

Este jornal fez ampla cobertura do assunto e, em editorial na edição de 18/5, alertou que o desastre climático no Rio Grande do Sul havia tornado a população mais sensível sobre a necessidade de impedir agressões ao meio ambiente. Para piorar, na mesma semana, a Câmara Municipal de Fortaleza havia aprovado dois projetos de lei que tiravam dois trechos urbanos, no bairro Presidente Kennedy, das macrozonas de proteção ambiental e das zonas de recuperação ambiental, o que pôs uma lente de aumento sobre empreendimentos possivelmente prejudiciais ao meio ambiente.

Mesmo assim, a Carnailha, empresa responsável pelo evento, continuava dizendo não haver "plano B" para a realização do Fortal este ano, garantindo que apenas em uma pequena parte do terreno seriam erguidas edificações, e que estava removendo apenas a "vegetação invasora". O embate vai, portanto, continuar, pois os organizadores não desistiram de construir a Nova Cidade Fortal que, segundo nota divulgada, "segue com o processo de estudos ambientais e busca pelas liberações legais das licenças técnicas e autorizações para a realização do evento (em 2025)" na área próxima ao aeroporto. n

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