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Ataques ao meio ambiente encontram resistência
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Editorial opinião

Ataques ao meio ambiente encontram resistência

É impressionante a quantidade de projetos nocivos ao meio ambiente apresentados por parlamentares, mesmo depois da tragédia ambiental que se abateu sobre o Rio Grande do Sul. A mensagem que passa é que vereadores, deputados e senadores vivem em um mundo à parte, imune aos problemas da vida real, inclusive os referentes às mudanças climáticas.

As iniciativas vão desde proposta de emenda constitucional, que abre brechas para a privatização das praias, um projeto antigo, mas agora impulsionado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL -RJ), até propostas em nível local, como as que tramitam na Câmara dos Vereadores de Fortaleza. De quebra, a iniciativa privada dá a sua contribuição. É o caso da mudança da Cidade Fortal, onde se realiza o carnaval fora de época em Fortaleza, para uma terreno no qual existem trechos da Mata Atlântica, nas proximidades do Aeroporto Pinto Martins. Para preservar a vegetação, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), embargou as obras para evitar o desmate que se iniciava. O governador Elmano de Freitas (PT) precisou entrar no circuito para negociar a manutenção da festa no endereço atual.

Em maio deste ano dois projetos de lei complementar, reduzindo áreas verdes em Fortaleza, foram aprovados na Câmara. As propostas foram apresentadas pelo então vereador, hoje deputado estadual, Antônio Henrique (PDT) e pelo vereador Adail Jr. (PDT). As proposições retiram o quadrilátero na avenida Governador Parsival Barroso, e às margens do Parque Rachel de Queiroz de zonas de proteção ambiental.

A boa notícia é que a sociedade está reagindo, fazendo com que naufraguem esses ataques ao meio ambiente.

O prefeito José Sarto (PDT) vetou integralmente os dois projetos aprovados na Câmara. A proposição retornará ao Legislativo, onde o veto será apreciado, podendo ser derrubado por maioria absoluta. Agora, é ver se, com a folgada maioria de que dispõe na Câmara, Sarto orientará sua base a manter o veto, ou se o gesto foi apenas para dar resposta formal à cobrança dos movimentos em defesa do meio ambiente.

Flávio Bolsonaro, por sua vez, perdeu o ímpeto em defender a venda dos terrenos de marinha, depois da ampla e negativa repercussão de sua proposta, que inundou as redes sociais de críticas.

Ainda tem mais. No início deste mês, o vereador Luciano Girão (PDT), da base de Sarto, apresentou um projeto para retirar 11,4 hectares da Zona de Interesse Ambiental, em um trecho do Parque do Cocó.

Questionado pelo O POVO, ele disse que o local já estava ocupado por casas e empresas. No entanto, uma visita ao local mostrou que, em pelo menos metade da área existe vegetação. Além do mais, o poder público precisa cuidar para evitar a ocupação irregular do parque. Se o critério for legalizar intrusões, isso se torna um incentivo a novas invasões. Pressionado, na quinta-feira passada, o vereador suspendeu a tramitação do seu projeto de lei. n

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