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Estudantes vão mal em criatividade
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Estudantes vão mal em criatividade

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Tipo Opinião

Os estudantes brasileiros vão mal em termos de criatividade, segundo estudo do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, da sigla em inglês). O resultado da pesquisa, cuja prova foi aplicada em 2022, foi divulgado esta semana pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo os dados, no item "Mentes criativas e escolas criativas" o Brasil ficou em 49º lugar entre os 64 países analisados. O quesito foi incluído pela primeira vez na prova de 2022. O objetivo é detectar se os estudantes de 15 anos de idade descobrem soluções novas para determinados problemas; se conseguem ter ideias originais em diversas situações; imaginação para contar histórias, e se são capazes de apresentar novas ideias a partir da escrita. No topo do ranking ficou Singapura.

O país líder do ranking somou 41 pontos, enquanto a média nos países da OCDE ficou em 33; o Brasil obteve 23 pontos. Para o diretor de Educação e Competências, da OCDE, Andreas Schleichero, o Brasil está "entre os países que apresentaram resultado significativamente abaixo da média" dos países estudados, segundo divulgou a Agência Brasil.

Nas nações mais bem colocadas no ranking, 88% dos estudantes têm nível básico de proficiência em pensamento criativo. Isso os qualifica para o desenvolvimento de ideias para uma série de tarefas, e podem inclusive, segundo a OCDE, gerir ideias para problemas familiares. Nos 20 países e economias com baixo desempenho, incluindo o Brasil, menos de 50% dos estudantes alcançaram o nível básico.

A primeira parte deste estudo, realizado a cada três anos, foi divulgada em dezembro de 2023. Nele, os estudantes brasileiros também tiveram baixo desempenho em Leitura, Matemática e Ciências. O Brasil ficou em 65º lugar, com 379 pontos, enquanto a média da OCDE foi de 472 pontos.

Essas informações deveriam preocupar, não apenas os governantes brasileiros, mas toda a sociedade. No século XXI a riqueza e o desenvolvimento de uma nação e de seu povo não dependem mais exclusivamente de seu crescimento industrial ou da produção de bens materiais. Vivemos na "sociedade do conhecimento", que depende da criatividade humana, e da produção de saberes tecnológicos.

E, ao contrário do senso comum, a criatividade — à exclusão de alguns casos particulares — não é, necessariamente, um "dom" natural, resultante da genialidade individual, porém consequência de estudos, conhecimento e aplicação. Não é por acaso que estudantes mais ricos saem-se melhor em provas e avaliações. Os alunos pobres em nada diferem, em termos de inteligência, de seus colegas mais bem aquinhoados. A diferença é que alguns têm acesso à cultura e boas escolas, dispondo de tempo para estudar, o que falta à maioria. É preciso, portanto, elevar os padrões educacionais e universalizar a educação, de modo a incentivar a criatividade dos jovens brasileiros.

 

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