O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ceará, na quinta-feira, coincidiu com a chacina acontecida em Viçosa do Ceará (360 km de Fortaleza), e tem relação com o tema que ele abordou na entrevista que concedeu ao O POVO na véspera de sua chegada à capital cearense, a respeito da segurança pública.
No pequeno município, com pouco mais de 59 mil habitantes, localizado na Serra da Ibiapaba, um ataque armado deixou sete mortos em uma praça central da cidade. Foram baleados fatalmente quatro homens e três mulheres, com idade entre 16 e 25 anos de idade. Foi a quarta chacina no Ceará, somente este ano.
No dia anterior à tragédia de Viçosa do Ceará, O POVO havia publicado uma entrevista exclusiva com Lula. O presidente manifestou preocupação com a criminalidade que avança pelo País, e revelou que convocaria uma reunião de ex-governadores, que hoje fazem parte de seu ministério, para ouvir deles a experiência de como enfrentaram o problema em seus mandatos.
O governador Elmano de Freitas (PT), atento ao assunto, teve a percepção da urgência em apresentar resultados nesse setor, sendo um dos motivos da troca do secretário da Segurança Pública, com a saída de Samuel Elânio, em maio, e a nomeação de Roberto Sá, delegado da Polícia Federal, como o antecessor.
Em tão pouco tempo, seria equivocado cobrar resultados do novo secretário para problemas de tal complexidade. Mas é de se registrar que nenhum dos governadores, do ciclo que se iniciou com Cid Gomes (PSB), em 2007, até o chefe do Executivo atual — todos eles da mesma frente política que governa o Ceará desde então —, conseguiu chegar a uma solução adequada para reduzir a violência de forma contínua. Mesmo as iniciativas aparentemente promissoras, como os programas Ronda do Quarteirão e o Ceará Pacífico, foram descontinuados.
Por sua vez, o governador Elmano de Freitas criou o Comitê Estratégico de Segurança Integrada do Ceará (Coesi), que realizou sua primeira reunião na sexta-feira. A primeira medida do comitê foi determinar o fortalecimento de setores do Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Civil, relacionados ao combate às organizações criminosas. Segundo o comunicado, a ampliação das equipes dos serviços de inteligência das forças de segurança será prioridade no primeiro momento.
O governo acerta em ter a inteligência como prioridade, pois os melhores estudos apontam ser essa a melhor forma de combater o crime, incluindo as facções. No entanto, uma boa medida seria ampliar o Coesi — formado apenas por instituições oficiais — incorporando a universidade e especialistas no assunto, o que enriqueceria a iniciativa.E lembrar que se tornou impossível combater a violência nos marcos de cada estado, sendo necessária uma coordenação nacional, encabeçada pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública, proposta que o governador poderia abraçar.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.