
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A segurança pública tornou-se uma das principais preocupações dos eleitores, ainda que as eleições de outubro deste ano tenham o propósito de eleger prefeitos e vereadores. Teoricamente, essas instâncias pouco têm a ver com o assunto, cuja responsabilidade é dos governos dos estados. No entanto, ao cidadão que teme sair às ruas com medo da violência, pouco interessa a quem está afeito o tema.
O que esse contribuinte quer é que as autoridades, em qualquer nível, resolvam o problema. E ele não deixa de estar certo, pois já passou da hora de os poderes da República começarem a trabalhar por um sistema de segurança integrado, unindo o governo federal, estados e municípios, de modo a combater efetivamente a criminalidade. Com o crime organizado disseminando-se pelo País, é impossível combatê-lo nas divisas de cada estado, sem a cooperação e o compartilhamento de informações entre as três esferas de poder.
A propósito, esse mecanismo de integração já existe, é o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), instituído por lei em 2018. No entanto, como tantas outras leis, essa também continua apenas no papel. Por isso, a violência está na pauta nas eleições municipais, pelo menos nas grandes cidades, e terá de ser, obrigatoriamente, abordado pelos candidatos a prefeito que quiserem ficar em dia com a inquietação que atinge milhões de brasileiros.
A urgência de medidas para reduzir a insegurança fica clara na pesquisa Datafolha, contratada pelo O POVO, mostrando que 44% dos entrevistados de Fortaleza, frente à pergunta: "Qual o principal problema da cidade hoje?", responderam com temas envolvendo segurança, violência e criminalidade. O tópico ficou à frente de assuntos ligados à saúde, hospitais e postos de atendimento (17%) e questões relativas às vias públicas, como falta de calçamento, asfalto em más condições e buracos nas ruas. É uma mudança significativa, pois saúde e questões urbanas são mais identificadas com os governos municipais.
A pesquisa Datafolha foi realizada na capital, entre os dias 24 e 26 de junho, após dois acontecimento de violência extrema ocorridos no Estado. Um deles, a chacina na cidade de Viçosa do Ceará, que deixou oito mortos, três mulheres e cinco homens. Depois, uma tentativa de chacina na Areninha do bairro Barroso, em Fortaleza, que terminou com dois mortos e oito crianças e adolescentes feridos por tiros. Em ambos os casos a suspeita recai sobre facções criminosas.
Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) , foram registrados 316 assassinatos no mês de maio no Ceará — equivalente a 10,19 homicídios por dia —, representando crescimento de 38% em relação ao mesmo período do ano passado. Com esses números desanimadores, não chega a ser surpresa que a violência tenha se tornado a principal preocupação dos cearenses.
Recentemente, o governador Elmano de Freitas (PT), fez mudanças na SSPDS, inclusive com a troca de titular, e anunciou novas medidas para enfrentar a criminalidade. Agora é acompanhar os efeitos da mudança, esperando que funcionem. n
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