
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Analistas econômicos avaliam que a declaração do presidente da República, Luiz |Inácio Lula da Silva, reafirmando o seu compromisso com a estabilidade fiscal, teve a capacidade de promover a queda no preço do dólar, como antes, falas dele haviam feito a moeda brasileira perder valor. Sem dúvida as palavras da mais alta autoridade de um país, a respeito de um tema sensível, tem o poder de impactar a economia.
Essa dimensão verbal não pode ser desconsiderada, pois a alta excessiva do dólar aconteceu após referências críticas Lula ao mercado e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendendo a redução na taxa de juros. Mas é importante registrar que o fenômeno da perda de valor de moedas locais, em relação ao dólar, acontece em muitos outros países. Estudo da Austin Rating, abrangendo 118 divisas — e considerando a taxa média do dólar, calculada pelo Banco Central —, mostra a desvalorização de 84 moedas ao redor do mundo, com o real em quinto lugar na lista.
Em sua declaração, acalmando o mercado, que pressiona pela redução das despesas governamentais, Lula disse que vai implementar sua política econômica "sem causar sobressalto a ninguém", com o objetivo de "fazer o País crescer". Porém, afirmou que continuará com a transferência de renda para os mais vulneráveis. Ao mesmo tempo, garantiu a manutenção do equilíbrio das contas públicas. "Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso deste governo desde 2003, e a gente manterá ele à risca", disse o presidente. Nada muito diferente de declarações anteriores, mas foi o sinal de que alguma medida concreta seria tomada para confirmar suas palavras.
A declaração de Lula aconteceu depois de uma reunião com a equipe econômica, na qual o governo federal comprometeu-se com um corte de R$ 25,9 bilhões nas despesas no orçamento de 2025 para cumprir metas do arcabouço fiscal. A contenção dos gastos será distribuída por vários ministérios. Para este ano, a proposta é contingenciar despesas neste mês de julho.
O ministro da Fazenda disse que o número foi "levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais, que foram criados, para o ano que vem", ecoando a fala do presidente de que não haveria prejuízo para os programas de transferência de renda. Segundo Haddad, Lula determinou que fosse cumprido o arcabouço fiscal.
Agora é ver se essas medidas serão suficientes para apaziguar o mercado, e observar a reação dentro do próprio PT. Um setor do partido é bastante crítico à forma como Haddad conduz a economia, e teme que essas medidas possam reduzir verbas para setores essenciais, como saúde, educação e programas de transferência de renda.
O próprio Lula já disse que não faria ajuste fiscal prejudicando os pobres, o que, de fato, seria equivocado. Como não houve detalhamento de como os cortes serão feitos — o que deverá ocorrer até o fim deste mês —, ainda não é possível avaliar as consequências das medidas que serão propostas pela equipe econômica. n
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