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Novo Ensino Médio, agora é cuidar da implementação
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Editorial opinião

Novo Ensino Médio, agora é cuidar da implementação

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O ministro da Educação, Camilo Santana (PT) comemorou a aprovação do texto do Novo Ensino Médio, votado esta semana na Câmara dos Deputados. O projeto sofreu alterações no Senado, desconsideradas pela Câmara — e o texto irá agora à sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Para Camilo, a aprovação resultou de diálogo "respeitoso, envolvendo estudantes, professores, entidades diversas e parlamentares". Segundo o ministro, o desfecho do processo dará tempo para as escolas organizarem a implementação das mudanças para entrarem em vigor no próximo ano letivo.

No entanto, de acordo com o deputado federal Idilvan Alencar (PDT-CE), segundo vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara, a rejeição das mudanças efetuadas no Senado "desrespeitou" professores e alunos. Para ele, o relatório do Senado era "bem melhor em todos os aspectos". Legendas da base do governo, como PCdoB, Psol e PDT, também protestaram. Segundo esses partidos, houve "atropelo" na votação, pois pretendiam indicar voto favorável ao texto modificado pelo Senado.

Uma das principais medidas aprovadas foi o aumento da carga horária obrigatória, de 1.800 horas para 2.400 horas. A medida é vista como positiva por entidades representativas dos estudantes e organizações ligadas à educação. No entanto, alguns críticos citam a dificuldade de fazer essa mudança de um ano para outro, pois envolve treinamento de professores, entre outras providências.

Outro item importante foi em relação às disciplinas obrigatórias em todos os anos. Antes figuravam apenas português e matemática, além de educação física, arte, sociologia e filosofia. Agora, a lista aumentou: português, inglês, artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física, química) e ciências humanas (filosofia, geografia, história, sociologia). Resolução sobre a qual não houve divergências.

Seria difícil obter unanimidade em assunto de tamanha complexidade, que mexe com a vida de mais de sete milhões de estudantes em todo o Brasil e, em consequência, impacta também suas famílias. Mas, apesar das críticas pontuais, no geral o assunto ficou bem resolvido — e precisava chegar a termo. O mais equivocado seria esperar um "momento ideal", pois ele não existe. Também houve críticas quando as universidades públicas começaram a se expandir para o interior, com críticos da medidas aventando o temor da queda de qualidade no ensino, o que não aconteceu.

E, reconheça-se, o Ministério da Educação promoveu amplo debate sobre o assunto, no qual houve participação expressiva de todos os setores afeitos ao tema. Agora é cuidar para que a implementação aconteça da melhor forma possível, de modo que o Novo Ensino Médio tenha a capacidade de elevar a qualidade da educação que é oferecida aos jovens brasileiros, especialmente no ensino público, que é responsabilidade dos governos.

 

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