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Editorial: A injustificável barbárie das guerras
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Editorial: A injustificável barbárie das guerras

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Tipo Opinião

A última semana foi marcada por novos capítulos tristes relacionados às guerras absurdas mundo afora. No sábado, 13, um bombardeio de Israel atingiu um campo de refugiados localizado no sul da Faixa de Gaza deixando pelo menos 90 pessoas mortas e aproximadamente 300 feridas.

Essa ofensiva ocorreu menos de uma semana após uma escola utilizada como abrigo, também no sul de Gaza, ter virado alvo de um outro ataque que deixou 29 mortos. Em ambos os casos, bombardeios que miraram locais onde civis palestinos já estavam em situação degradante e desumana, se refugiando da ofensiva desproporcional israelense.

Um dia antes, a milhares de quilômetros da Palestina, uma série de aproximadamente 40 mísseis russos atingiu diversos pontos do território ucraniano, incluindo dois centros médicos na capital Kiev e deixando 38 pessoas mortas. Uma das instalações atingidas era um hospital pediátrico onde quatro crianças morreram.

Os argumentos utilizados pelos agentes perpetradores desses atentados flertam com o ridículo ao tentar justificar o que é injustificável. Israel alega que ao promover os ataques mira em lideranças do Hamas.

No entanto, em nove meses de guerra, quase 39 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza em uma carnificina indiscriminada, que vitimou majoritariamente crianças e jovens, sem que os principais nomes do Hamas tenham sido capturados. Tampouco foram libertados os reféns israelenses mantidos em cativeiro.

Em relação à Ucrânia, as alegações da Rússia são as de que ela não promove ataques contra civis. Algo que é facilmente contraposto por inúmeras evidências. Nos últimos dois anos e meio não faltam exemplos de crimes de guerra e violações do direito internacional humanitário cometidas de forma atroz.

Na altura de evolução que deveríamos estar como civilização e humanidade, guerras por si só já seriam reprováveis. Conflitos que se arrastam por meses e anos como o de Gaza e o da Ucrânia fazem desses episódios recentes de violência citados verdadeiros atos de barbárie moderna.

O alongamento dessas guerras faz com que episódios de violência execrável ganhem um tom de banalidade na percepção pública do conflito, minimizando a gravidade dos acontecimentos e abrindo uma janela de oportunidade perigosa para que crimes bárbaros se repitam ou escalem sem que nada seja feito para coibi-los.

Ao passo que as negociações por um cessar-fogo nos dois conflitos parecem distantes de obterem algum resultado positivo, é urgente que, pelo menos, se chegue a um ponto final nos ataques contra civis. Até mesmo nas guerras há regras que não podem ser desrespeitadas. Sobretudo quando as vítimas são principalmente mulheres e crianças.

 

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