
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Donald Trump foi vítima de uma tentativa de homicídio e por um milagre escapou vivo, apenas com ferimento leve no rosto, de uma tentativa de alvejá-lo à distância na tarde do último sábado, quando participava de um ato de campanha eleitoral nos Estados Unidos. Alimentar qualquer versão contrária, com os elementos de informação hoje disponíveis, serve apenas ao debate tóxico e enviesado que se tenta fazer prevalecer sempre no ambiente político dos dias atuais. Lá como cá, no Brasil.
Os envolvidos diretamente na disputa, como candidatos ou nas estruturas de assessorias que definem estratégias, que façam seus cálculos do que o episódio pode possibilitar ou exigir a partir de agora. À comunidade em geral, seja nos Estados Unidos, seja espalhada pelo mundo, interessa mais que seja tudo esclarecido em nome do fortalecimento da democracia num país que nos serve de espelho, queiramos ou não que isso se dê. Com todos os problemas e desvios que apresente, aliás, como o próprio evento violento deixa demonstrado.
Em relação ao cenário brasileiro, inclusive, constata-se, desde quando chegaram as primeiras notícias, um esforço especial do lado dos aliados locais de Trump, organizados em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro, de obter benefícios políticos imediatos com o acontecimento. A começar pelo próprio. Logo de partida, lançando-se um viés ideológico, à esquerda, nas motivações do responsável pelo tiro que quase matou o candidato republicano, tese que desconsidera um aspecto fundamental das descobertas iniciais sobre o autor: Thomas Matthew Crooks, o jovem de 20 anos responsável pelos tiros, e que seria imediatamente "neutralizado" pelo Serviço Secreto, era filiado ao próprio partido Republicano.
Claro que isso não diz tudo, mas, no mínimo, exige algum cuidado de quem tente cravar certezas imediatas como meio de tirar proveito de uma situação grave demais para comportar este tipo de atitude pequena. Da mesma forma que manifestações em linha contrária, mais isoladas e que até agora excluem vozes com força de liderança pelas esquerdas brasileiras, apresentam o mesmo equívoco de estabelecer conclusões vazias de lógica como forma de gerar dúvidas sobre a intenção de um ato concreto que, na sua melhor síntese, atenta contra a boa prática democrática.
Espera-se de políticos americanos e brasileiros, à esquerda e à direita, uma linha de serenidade que muitas vezes falta à militância nas ruas para que a investigação aconteça à distância das visões contaminadas por um momento eleitoral. É preciso buscar a verdade do que aconteceu, única maneira objetiva de defendermos a democracia e permitirmos que ela saia fortalecida de mais uma provação à qual parece estar submetida. n
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.