O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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Especialistas sempre apontaram fatores múltiplos para explicar a queda da vacinação no Brasil. Começando por descuido dos pais, devido à impressão (equivocada) de que certas doenças estão erradicadas, até a dificuldade de acesso aos postos de saúde. Mas um dos motivos centrais da diminuição do número de imunizados foi a campanha antivacina movida pelo governo anterior. A situação chegou a tal ponto que hoje o ex-presidente Jair Bolsonaro está indiciado pela Polícia Federal por inserção de dados falsos na carteira de vacinação dele e da filha.
A prova de que o negacionismo teve papel fundamental na redução do número de crianças vacinadas é o estudo mostrando que, no ano passado, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil deixou o ranking dos 20 países com o menor número de crianças vacinadas. O resultado é de um estudo global do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), com dados de 185 países.
A pesquisa mostra que o número de crianças brasileiras que não receberam a vacina pentavalente caiu de 710 mil em 2021 para 103 mil em 2023. A vacina conhecida como DTP1 protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo haemophilus influenzae, todas doenças graves. Com o aumento da vacinação, o Brasil deixou o 7º lugar entre os países com mais crianças sem imunização, saindo da lista negativa. O País apresentou avanços seguidos em 14 dos 16 imunizantes pesquisados.
A chefe de Saúde do Unicef no Brasil, Luciana Phebo, destacou a importância de oferecer a vacina também fora dos postos de saúde, de modo a alcançar um público maior. Essa iniciativa começou a ser utilizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, com o Movimento Nacional pela Vacinação na Comunidade Escolar, para atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes até 15 anos de idade.
Um dado negativo é que, enquanto aumenta o número de crianças vacinadas no Brasil, em termos mundiais a vacinação está refluindo. O número de meninos e meninas que não receberam nenhuma dose da DPT1 passou de 13,9 milhões em 2022 para 145,5 milhões em 2023. A quantidade de crianças com três doses da DPT estagnou em 108 milhões em 2023. Essa vacina é considerada um indicador chave para a cobertura da imunização global. É de se lembrar que a vacinação não é apenas um ato de proteção individual, mas também evita a disseminação de enfermidades, ao restringir a circulação dos vetores das doenças, para os quais não há limites ou fronteiras.
A vantagem que o Brasil obtém ao conseguir altos índices de vacinação — quando governantes se dispõe a encarar essa tarefa com seriedade —, é a existência estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) que, com sua capilaridade consegue estar perto dos brasileiros, em todo o território nacional. n
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